A edição de hoje
Artigo exclusivo
No primeiro semestre deste ano, 17 mulheres foram assassinadas em contexto de violência doméstica. É o crime que mais mata em Portugal e o que menos se castiga.
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Sandra S. tem 38 anos e há pouco mais de cinco criou um grupo no Facebook para apoio a vítimas de violência doméstica. A história que mais a impressionou foi a de uma mulher que só fugiu ao agressor quando o próprio filho a levou de casa, depois de 28 anos de maus-tratos. “Já viu, 28 anos?!...” Só mais dez anos do que Sandra tem agora de vida, mas muito mais daqueles que tinha quando conheceu o seu agressor. No Algarve, aos 17 anos. “Era muito novinha. Fui alvo de violência física e psicológica, verbal, que escondia da família não só porque achava que conseguia lidar com a situação, mas também porque sempre que ameaçava que saía de casa, ele respondia que me tirava os filhos. Até que num Natal, vim a casa do meu pai e numa janela vi o anúncio de uma casa para arrendar. Quando cheguei ao Porto, liguei para o número”, conta Sandra. O ex-companheiro seguiu-lhe os passos e veio ainda morar com ela, mas Sandra já estava mais próximo da família. “Ele tinha a cabeça fraquinha e um dia bateu-me a mim, mas também no filho. Foi o início do fim. Ainda levou anos em tribunal, mas acabei por ficar com a guarda total dos nossos filhos”.
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