A NOVA SBE, em Carcavelos, foi palco de debates sobre o papel da ciência na resposta aos desafios da sociedade
Durante três dias, de 9 a 11 de julho, a NOVA School of Business and Economics acolheu o maior evento de ciência em Portugal. Com organização da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e da Ciência Viva, o Encontro Ciência 2025 reuniu 1503 participantes credenciados, 2241 inscrições e 288 oradores em 54 sessões paralelas e cinco sessões plenárias. A aposta desta edição: aproximar o conhecimento científico da vida dos cidadãos.
“O Encontro Ciência que se realiza já há vários anos é um marco, é o maior encontro de ciência em Portugal. Não é um congresso científico, no sentido de se virem aqui partilhar os mais recentes avanços científicos, mas é um local absolutamente único, de partilha, de toda a comunidade científica”, destacou Madalena Alves, presidente do Conselho Diretivo da FCT.
Ana Noronha, diretora executiva da Ciência Viva, sublinhou a importância do diálogo com a sociedade: “A grande mais-valia é juntar toda a gente. A ciência e a sociedade. E o tema deste ano é particularmente revelador dessa vontade de levar a ciência à sociedade e de trazer a sociedade e os problemas da sociedade à ciência e à inovação para que sejam criadas soluções.”
Para além da troca de experiências entre investigadores, decisores políticos, professores, estudantes e representantes de empresas, o evento ficou ainda marcado por anúncios políticos relevantes para o setor. No encerramento, o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, anunciou um reforço de 8% no financiamento da FCT em 2026, proveniente das receitas de impostos.
“Em 2026, a FCT vai ter um aumento, da parte de impostos, que é a maior parte, em 8%”, afirmou o governante, sublinhando a “aposta muito clara na ciência” e a necessidade de garantir previsibilidade orçamental. Em 2025, a dotação inicial da FCT foi de 607 milhões de euros, dos quais 486 milhões resultaram de impostos. Para 2026, o reforço deverá representar mais 26 milhões de euros nesta componente.
O ministro acrescentou ainda que quer concluir até ao final do ano a revisão da Lei da Ciência, um processo que, segundo disse, deve ser orientado por decisões estruturais. “Tudo o que ouvimos hoje, eu já ouvi no ano passado. Os diagnósticos estão feitos, temos é de saber o caminho que vamos seguir”, afirmou, apelando a uma reflexão sobre a organização do sistema científico, incluindo a própria FCT, cujo conselho diretivo já apresentou ao Governo uma proposta de nova orgânica.
O Encontro Ciência 2025 voltou, assim, a cumprir a sua missão de abrir portas entre ciência e sociedade, promovendo não só a partilha de conhecimento, mas também a criação de pontes que ajudem a pensar, e transformar, o futuro.
Ao longo dos últimos 20 anos arderam, em média, 134 mil hectares por ano. 2017 foi o ano com maior área consumida pelas chamas: mais de 500 mil hectares, o equivalente a 6% do território continental, ou a 700 mil campos de futebol.
A floresta ocupa quase 40% do território português e as terras para cultivo não atingem a quinta parte. Portugal é dos países que tem mais terreno ocupado por arbustos e dos que têm menos terreno para produção agrícola. As áreas artificializadas (casas, estradas e outras construções) representam apenas 6% do território.
Com um cheirinho a alecrim. Os Encontros Ciência foram inaugurados em 2008 pelo então ministro da Ciência e da Tecnologia, José Mariano Gago. Na sua génese são de cariz político e reúnem a comunidade científica portuguesa e alguns convidados internacionais de relevo para o tema que se elege a cada ano. Ciência, Inovação e Sociedade foi o escolhido para o Encontro Ciência 2025, com os comissários Vera Aldeias, da Universidade do Algarve, e Pedro Pita Barros, da Universidade NOVA de Lisboa. O seu papel é garantir não só a relevância do tema, como a qualidade das abordagens de quem vem discutir a ciência que se faz em Portugal. Claro que a sua área de ação é bastante mais alargada… O trabalho que dedicam à organização é muito grande e são, para tal, coadjuvados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pela Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica. A exemplo de anos anteriores, a maior parte das sessões paralelas são abertas por jovens estudantes do ensino secundário que, por terem participado em projetos de ciência nas suas escolas, conquistaram a presença entre os cientistas que tanto admiram. São os seus três minutos de glória, inesquecíveis, que preparam meticulosamente. Alguns dizem que estão nervosos, mas o brilho que têm nos olhos não é só de emoção, é também de orgulho de quem trabalhou muito para estar ali. Elas e eles sabem que um dia estarão ali a tempo inteiro, inspirando outros jovens.
… e a pólvora. Aos participantes (felizmente poucos!) que, ciosos do seu tempo de antena, lamentam os escassos três minutos de frescura e juventude nas suas sessões, pedimos-lhes que se lembrem que sem investimento nas novas gerações não haverá ciência, e sem ciência não há futuro!
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