A 30 de Janeiro de 1933, faz agora 70 anos, Hitler tornava-se chanceler da Alemanha. Doze anos e três meses depois, a 30 de Abril de 1945, cercado pelas tropas soviéticas, suicidava-se no seu ‘bunker’ em Berlim. No intervalo, exerceu poder absoluto e aniquilou milhões de pessoas
Adolf Hitler nasceu a 20 de Abril de 1889 na Áustria, em Braunau am Inn. Órfão de pai aos 14 anos, quando a sua mãe morre, em 1907, passa a viver em Viena onde tenta, sem sucesso, entrar para a Academia de Belas-Artes. Durante os seis anos seguintes leva uma vida sem objectivos, marcada já pelo ódio aos judeus. A partir de 1913 passa a viver na Alemanha, em Munique e, quando no ano seguinte rebenta a I Guerra Mundial, alista-se no exército.
Aí, o cabo Adolf Hitler parece encontrar, finalmente, um ambiente em que se sente realizado, mas os seus sonhos guerreiros chegam ao fim em 1918, com a derrota da Alemanha, que Hitler considera ser resultado da traição interna de judeus e comunistas. Esse é um ano particularmente conturbado na Alemanha: o Imperador Guilherme II é forçado a exilar-se e é proclamada a República, estalam revoltas em várias cidades e, finalmente, em Novembro, o país reconhece a derrota militar. As potências aliadas impõem, pelo Tratado de Versalhes, penalizações muito severas à Alemanha, que assim irá perder territórios e recursos naturais, pagar indemnizações de guerra e ver o seu potencial militar reduzido. O novo governo tem de aceitar estas condições e torna-se o alvo de todos os radicalismos, à esquerda e à direita, que passam a identificar a democracia com a derrota e a miséria.
É neste contexto que, em 1920, Hitler se torna um dos fundadores do minúsculo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), que só virá a atingir alguma projecção em 1923 com o Golpe da Cervejaria, em Munique.
A Grande Depressão, iniciada em 1929, abre o caminho à rápida ascensão de Hitler ao poder. A miséria e o desemprego atingem uma grande parte da população. A violência nas ruas, provocada por grupos paramilitares, entre os quais as Secções de Assalto (SA) do partido nazi, assusta as classes médias. Nas eleições de 1930 os nazis passam de 12 para 107 representantes no Reichstag (Parlamento) e tornam-se no segundo maior partido. Em 1932 Hitler perde, por pouco as eleições para presidente, ganhas pelo velho general Hindenburg, mas em novas eleições parlamentares os nazis tornam-se o partido mais votado, obtendo 37% dos votos. Hitler recusa qualquer coligação com os partidos moderados e, em 30 de Janeiro de 1933, Hindenburg nomeia-o chanceler (a designação alemã para primeiro-ministro).
Em Junho de 1934, depois de extintas todas as outras força políticas, é altura de acertar as contas dentro do seu próprio partido. No episódio conhecido como “A Noite das Facas Longas”, centenas de membros das SA são assassinados às ordens de Hitler. Os “camisas castanhas” tinham servido como instrumento para lançar a sociedade alemã no caos e na violência mas agora, conquistado o poder do Estado, eram um empecilho à concentração da autoridade por Hitler.
Quando, em Agosto de 1934, morre Hindenburg, Hitler assume, igualmente, as funções de presidente, atribuindo-se o título de Führer (Chefe) do Terceiro Reich (Império). A Gestapo, a polícia secreta do Estado, juntamente com as Secções de Segurança (SS), vai-se encarregar de suprimir, pelo terror, qualquer oposição dentro da Alemanha. Ao mesmo tempo, uma bem afinada máquina de propaganda e políticas económicas de combate ao desemprego asseguram a Hitler o aumento do apoio popular e permitem-lhe ir preparando a Alemanha para a guerra. Deixa de respeitar as imposições do Tratado de Versalhes e, em 1938, anexa a Áustria e ocupa a zona dos Sudetas, na Checoslováquia, perante a passividade das democracias ocidentais.
Estava aberto o caminho para a construção da Grande Alemanha. O passo seguinte seria a invasão da Polónia, em 1 de Setembro de 1939, e o início da II Guerra Mundial.
O GOLPE DA CERVEJARIA
Hitler entra na política em 8 de Novembro de 1923, com uma tentativa de golpe de Estado iniciada numa cervejaria em Munique, capital da Baviera e berço do nazismo. Na noite de 8 de Novembro proclama a ”Revolução Nacional” para acabar com o governo da Alemanha. No dia seguinte lidera uma marcha nazi sobre o Ministério da Guerra da Baviera, tendo sido preso e levado a julgamento, ocasião que aproveitou para divulgar, a nível nacional, o ideário nazi. Condenado a cinco anos de prisão, é libertado ao fim de nove meses. Então escreve “Mein Kampf”, no qual expõe os princípios da sua política: a superioridade ariana, o anti-semitismo, a hostilidade à democracia, o anticomunismo e o nacionalismo, entre outros.
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