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Artigo exclusivo

Exaustos e ansiosos: O retrato dos médicos nos hospitais públicos

Por todo o País há protestos da classe, cada vez mais reduzida no Serviço Nacional de Saúde: só metade dos jovens médicos ficam no público.

24 de outubro de 2021 às 01:30

serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Setúbal devia ter 23 médicos especialistas mas éramos 11. E digo ‘éramos’ porque no último mês os dois que estavam a aguardar a aposentação receberam a resposta e um dos novos pediu rescisão de contrato.” Feita a conta de subtrair são agora oito. Pinto Almeida, diretor deste serviço onde a maioria dos médicos tem mais de 55 anos e portanto poderia optar por não fazer o serviço de urgência [as chamadas 24 horas de ‘banco’]. “Se não fizéssemos, isso no meu serviço daria logo uma rutura da capacidade de fazer escalas de urgência e por isso nenhum dos médicos de serviço invocou esse direito. Tanto que, em agosto, não houve semana nenhuma em que eu não fizesse duas urgências de 24 horas e cheguei a fazer três, tal como outros médicos da minha equipa, sendo que a urgência física e emocionalmente muito desgastante. Houve uma dedicação quase sobre-humana para esta atividade. Havia relatos de ‘passagens de urgência’ – momento em que os médicos trocam de turno – que eram passadas de lágrimas nos olhos”, desabafa Pinto Almeida, 59 anos de vida e mais de 30 como médico.

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