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Os herdeiros de Zeca Afonso: A música que continua a pôr o dedo na ferida

‘Cantigas do Maio’, de Zeca Afonso, faz 50 anos, mas a herança que o cantor e compositor deixou continua a fazer-se ouvir. A canção de intervenção voltou em força depois da crise.

13 de junho de 2021 às 01:30

A canção ainda não tinha terminado quando o microfone de Estraca, nome artístico de Carlos Guedes, foi subitamente desligado. "Foi em 2018, eu andava a fazer as campanhas das associações de estudantes nas escolas secundárias e numa delas desligaram o microfone quando eu estava a cantar. De repente, eu tinha a polícia à beira do palco a dizer-me que eu não podia estar a cantar aquelas coisas, a mandarem-me sair daquela escola. É uma consequência: quando uma pessoa tenta falar a verdade ou quer falar demais; eu tenho noção dessas consequências e sei que podem afetar o meu trabalho, mas ao mesmo tempo é mais prazeroso, porque sinto que posso fazer a diferença", conta aquele que é considerado um dos mais promissores ‘rappers’ nacionais, que naquele dia cantava: "Empresas dominando/ Limpeza nos capitais/ Desde a Sonae, EDP/ Até os bancos nacionais/ (...) Morrer calado não posso/ Deixo o recado/ Acabar com assassinos/ Como o Ricardo Salgado’. Quando Estraca nasceu, em 1997, José (Zeca) Afonso tinha morrido há precisamente 10 anos. Há cinco décadas editou ‘Cantigas do Maio’, o álbum-marco do cantor e compositor em que foi gravada a canção ‘Grândola, Vila Morena’, escolhida pelo Movimento das Forças Armadas como segunda senha para pôr os militares em marcha, iniciando a Revolução dos cravos a 25 de Abril de 1974.

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