O Porta Moedas Multibanco não conseguiu vingar no mercado português. Clientes e bancários apontam a não adesão dos comerciantes como principal factor do insucesso. A chegada do euro foi a estocada final.
O Comércio Electrónico tem vindo a desempenhar um papel cada vez mais importante na envolvente organizacional. Tirando partido do desenvolvimento das redes de comunicação de dados e, particularmente, da crescente utilização da Internet pelos utilizadores finais, ele tem ultrapassado as barreiras associadas à sua utilização. O uso de “chip cards” é um exemplo desta situação. Mas uma das grandes apostas portuguesas na matéria, o Porta Moedas Multibanco (PMB), não funcionou. E o seu atestado de óbito coincidiu exactamente com a chegada da moeda única, o euro.
Por norma, as transacções financeiras de pequenas quantias não são pagas através de meios electrónicos. Em Portugal, de modo a atenuar este problema, o operador interbancário (SIBS) lançou em 1995 o PMB, um projecto que consistia em criar um novo sistema de pagamento que tornasse mais eficaz as operações habitualmente feitas com moedas, para aqueles que não as tivessem no bolso. Os principais segmentos comerciais alvo do PMB eram taxistas, vendedores de jornais e revistas, bilheteiras de estacionamentos, de comboios e autocarros, proprietários de máquinas de tabaco e de áreas de serviço de combustível, que para além de melhorarem a imagem da sua loja tinham especial interesse no cartão.
O PMB cobria as micro-transacções, logo aceitá-lo poderia conduzir a um aumento de vendas, e reduzia o risco de roubo. Finalmente, os custos de controlar, transportar e depositar o dinheiro armazenado no cartão eram mais baixos do que os associados aos tradicionais pagamentos com cartões. Apesar das vantagens, Orlando Pais, técnico bancário ouvido pelo CM, diz que foi precisamente a fraca adesão que justificou o insucesso deste cartão . A necessidade de ter um terminal Multibanco para dispor de PMB não ajudou. “O custo do equipamento para aderir ao PMB era muito caro. Ter Multibanco numa tabacaria não compensava”, explica.
Inicialmente, o objectivo do PMB em Portugal seria alcançar os três milhões de detentores do cartão e, num período de dez anos, dez por cento das transacções com moedas. Mas, a determinada altura, ficou à deriva, sem suscitar interesse por parte dos bancos em desenvolver o serviço. Com a chegada do Euro, o PMB acabou por morrer, ficando alguns dos poucos clientes com dinheiro no cartão, sem que lhe pudessem dar uso. Orlando Pais diz ainda que, para estes clientes poderem reaver esse dinheiro, terão de “reclamar junto da instituição de crédito onde fizeram o último carregamento”. Nesta altura, o cartão já não é aceite por nenhum comerciante e os trabalhos de substituição das máquinas, que permitiam o serviço, está em curso.
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