Granadeiro processado por acionistas
Assembleia geral exige apuramento de responsabilidades.
A Pharol, antiga PT SGPS, decidiu esta sexta-feira, em assembleia geral, processar judicialmente os ex-administradores que lesaram os interesses da gigante de telecomunicações no mandato que decorreu entre 2012 e 2014. A decisão teve 99,9% de votos a favor – ao que tudo indica, incluindo o do Novo Banco, e a abstenção da Oi. Em causa está o investimento de 897 milhões de euros em dívida da Rioforte, a empresa do Grupo Espírito Santo (GES) que faliu e que precipitou o fim da fusão entre a PT e a operadora brasileira Oi.
À saída da assembleia geral de acionistas, o presidente, Luís Palha da Silva, recusou-se a apontar os nomes dos alvos do processo, mas, entre a lista de ex-gestores, que "não está fechada", estarão Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, Pacheco de Melo e os homens-fortes do BES Amílcar Moraes Pires e Joaquim Goes.
"Nós pretendemos que quem venha a considerar-se responsável indemnize a empresa por essas perdas, nada mais do que isso", esclareceu Palha da Silva no final da assembleia, que tinha como ponto único da agenda a decisão de levar os ex-administradores a tribunal. O advogado de Henrique Granadeiro tentou travar a realização da reunião, mas foi derrotado pela maioria dos acionistas.
Questionado sobre a abertura de eventuais processos contra o BES e o Novo Banco, o presidente da Pharol fez saber que o assunto não esteve em cima da mesa, mas não fechou a porta ao apuramento de responsabilidades. "É uma questão que estará sempre em aberto enquanto não estiverem prescritos os prazos que temos para indicar responsáveis por quaisquer atos que tenham prejudicado as empresas", declarou. A Pharol tem agora um prazo de seis meses para avançar para os tribunais.
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