Paulo Maló ainda tem direito a dinheiro de patentes

Foram quatro os interessados no negócio das clínicas. Manutenção da atividade foi condição fundamental.

15 de outubro de 2019 às 09:49
Paulo Maló queria receber 2,6 milhões de euros em créditos sobre a sua própria clínica Foto: Ricardo Pereira
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Paulo Maló, o dentista que construiu um império de clínicas dentárias, e que ficou a dever mais de 70 milhões de euros ao Novo Banco, reclamou um crédito de 2,6 milhões que não lhe foi reconhecido na homologação do Processo Especial de Revitalização (PER). No entanto, o dentista tem ainda dinheiro a receber dos tratamentos que desenvolveu e patenteou ao nível da implantação dentária: o All-on-four e o CAD CAM.

O pagamento daqueles direitos está a ser negociado pelo fundo de investimento que acabou por ficar com o negócios da Maló Clinic SA, a Atena Equity Partners, um dos quatro interessados que manifestaram a intenção ao Novo Banco de ficar com as clínicas.

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O Novo Banco fixou como um dos critérios fundamentais, para além do preço, a permanência do negócio dentário, o que foi assegurado pela Atena Equity Partners.

A maior parte dos créditos concedidos pelo Novo Banco, alguns datados de 2012, estão garantidos por penhor constituído sobre bens de Paulo Maló, que deverão agora ser executados pelo banco. "Será um processo semelhante ao que foi desenvolvido no caso Berardo", disseram ao CM fontes próximas do processo.

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Segundo a listagem provisória do administrador judicial existem créditos no valor de 54,9 milhões de euros que se encontram suportados por diversos tipos de garantias e 15,6 milhões de créditos comuns. Entre os credores comuns encontram-se, por exemplo, a SAD do Sporting, que reclama 1563 euros, e o Banco Nacional Ultramarino (BNU) que reclama mais de seis milhões de euros.

No total, o Grupo Maló vai pagar em 10 anos 27 milhões de euros de uma dívida judicialmente reconhecida superior a 70,8 milhões.

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Créditos de 20 milhões em cartões não reconhecidos

Segundo aquele, não só o credor não justificou o valor do crédito reclamado, como também os pagamentos realizados através de cartões de crédito ou débito são resultantes de um contrato realizado entre a clínica prestadora de serviços dentários e o utilizador individual do cartão.

SAIBA MAIS

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1989

ano em que Paulo Maló se licenciou na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Funda a Maló Clinic em 1995, que chegou a ter clínicas em 22 países.

Caixa imobiliário

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Um dos credores do Grupo Maló é a Caixa Geral de Depósitos (através da Caixa Imobiliário) que reclama um arrendamento não pago de 200 mil euros.

TaivexMalo suspensa

A TaivexMalo em Macau teve a sua licença suspensa pelos serviços de Saúde daquele território em 2017. A licença foi posteriormente recuperada no final de 2018.

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