Banco de Portugal paga consultores dentro da “tabela”
Centeno garante que função de consultor é restrita e que salário de 15 mil euros corresponde ao de um diretor.
O Banco de Portugal tem, neste momento, seis consultores, num conjunto de 1700 trabalhadores. A informação foi dada esta terça-feira pelo governador do Banco de Portugal aos deputados, numa audição na sequência da intenção de contratar um consultor do BdP, Hélder Rosalino, para um cargo político.
“[Ser] consultor da administração não é uma carreira, é uma função à qual apenas tem acesso quem está na carreira de direção do BdP”, disse Mário Centeno, recordando outros consultores, como Cavaco Silva, Vítor Constâncio e Vítor Gaspar. Ou seja, trata-se de uma função restrita a que têm acesso, segundo o governador, trabalhadores que assumiram posição de grande relevo.
De acordo com Mário Centeno, em 2014 ocupavam esta função 14 pessoas, o valor mais elevado na última década e meia, e em 2022 apenas duas.
Quanto ao salário de 15 mil euros, que Hélder Rosalino recebe como consultor e que deveria continuar a ganhar caso ocupasse o cargo de secretário-geral do Governo, Mário Centeno garantiu não haver salários “fora da tabela”, e que todos seguem o acordo coletivo de trabalho do setor bancário.
“A tabela remunerativa de um consultor é a de um diretor do Banco de Portugal. Há uma diferença muito grande nos [salários dos] consultores, porque há experiências e trajetórias distintas dentro destes consultores”, ainda segundo o governador.
Quanto ao facto de ganhar mais do que o primeiro-ministro, Mário Centeno respondeu citando Herman José: “Eu é mais bolos.”
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt