Católica prevê crescimento do PIB de 1,8% para este ano

Para 2026 e 2027, o NECEP mantém as previsões anteriores, divulgadas em julho, contando que o PIB cresça 2% no próximo ano e 2,2% no seguinte.

08 de outubro de 2025 às 13:10
PIB Foto: Direitos Reservados
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O Núcleo de Estudos Económicos da Universidade Católica (NECEP) prevê que a economia portuguesa cresça este ano 1,8%, uma variação próxima à divulgada esta semana pelo Banco de Portugal.

Na síntese da folha trimestral de conjuntura relativa ao terceiro trimestre de 2025, divulgada esta quarta-feira, os economistas do Católica-Lisbon Forecasting Lab, NECEP referem que "o ponto central" da estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 "foi revisto em ligeira alta (0,1 pontos percentuais) para 1,8%, na sequência do crescimento robusto verificado no segundo trimestre, bem como da estimativa" para o terceiro trimestre.

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De acordo com o grupo de investigação económica do Centro de Estudos Aplicados da Católica Lisbon School of Business & Economics, a economia portuguesa deverá ter crescido 0,6% em cadeia e 2,2% em termos homólogos" no terceiro trimestre (de julho a setembro), depois de, no segundo trimestre, ter crescido 0,7% em cadeia e 1,8% face ao período homólogo.

A projeção do NECEP de 1,8% é conhecida um dia depois de o Banco de Portugal (BdP) ter atualizado as suas previsões de crescimento para 2025, revendo em alta a projeção de 1,6% para 1,9%, em parte graças a um melhor desempenho do consumo interno.

Para 2026 e 2027, o NECEP mantém as previsões anteriores, divulgadas em julho, contando que o PIB cresça 2% no próximo ano e 2,2% no seguinte.

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"Os intervalos de previsão permanecem elevados, fruto da incerteza em torno da evolução da economia mundial e europeia, num contexto (ainda) pautado pelo potencial impacto da enorme volatilidade da política comercial da administração norte-americana desde o início do ano", explica.

De acordo com o núcleo de estudos, "os riscos geopolíticos continuam ativos na Ucrânia e no leste europeu mas no médio oriente surgiram iniciativas fortes de mediação" e "apesar da tensão geopolítica e comercial, os mercados continuam a evidenciar alguma normalidade, com episódios confinados de volatilidade seguidos de forte valorização".

Para o núcleo de estudos, no caso português, "as atenções estão agora voltadas para a apresentação e discussão do Orçamento do Estado para 2026, bem como para os atos eleitorais que se avizinham".

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Relativamente à zona euro, o NECEP aponta para um nível de crescimento económico de 1,4% em 2025 e para um valor igual em 2026. Para 2027, prevê uma "perspetiva igualmente fraca", com o PIB a crescer 1,5%. No terceiro trimestre, o conjunto dos 20 países que partilham a moeda única deverão ter crescido 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado e 0,3% em cadeia, indica o NECEP.

"Os efeitos financeiros e monetários dos anos da pandemia subsistem nas economias europeia e norte-americana", indica. Enquanto na frente europeia, "haverá aumentos de despesa com segurança e defesa fruto dos riscos geopolíticos, a juntar às despesas decorrentes das pressões demográficas a ambientais, com o delapidar das finanças públicas, especialmente, no caso de França", no caso dos Estados Unidos, a preocupação prende-se com o "défice e endividamento públicos".

No último Boletim Económico, em que reviu em alta a previsão de crescimento do PIB português em 0,3 pontos percentuais, o Banco de Portugal explica que a melhoria decorre da "incorporação dos dados mais recentes de contas nacionais e um maior crescimento projetado para o segundo semestre", em parte impulsionado pelo aumento do consumo (decorrente da redução adicional do IRS decidida a meio do ano e do suplemento extraordinário, pago em setembro aos pensionistas).

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A folha trimestral divulgada pelo NECEP baseia-se em dados públicos, apresentando previsões para os principais agregados macroeconómicos e analisando a evolução das finanças públicas, os mercados globais e o clima económico.

De acordo com a informação publicada no seu 'site', a folha trimestral, coordenada pelo economista João Borges de Assunção, é submetida a um comité científico antes de ser divulgada.

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