Clientes lesados com a compra de papel comercial terão de esperar

Stock da Cunha garante que Novo Banco não tem obrigação legal de pagar.

10 de fevereiro de 2015 às 10:37
stock da cunha, presidente, novo banco Foto: Mariline Alves
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O presidente do Novo Banco admitiu no Parlamento que os clientes que compraram papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo (GES) aos balcões do antigo BES terão de esperar para recuperarem parte do capital que investiram.

"Não existe nenhuma obrigação legal do Novo Banco pagar o que quer que seja relativamente ao papel comercial. A primeira responsabilidade compete aos emitentes, a segunda responsabilidade competiria ao BES, mas este não vai conseguir honrar o pagamento porque não terá ativos", explicou Stock da Cunha na comissão parlamentar de inquérito ao BES/GES.

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E adiantou: "O que poderemos tentar fazer é, ainda que sujeito a uma série de condições muito difíceis de cumprir, por razões de natureza estritamente comercial, compensar os clientes."

Stock da Cunha disse ainda que o maior problema com que a administração se depara é o facto de o regulador ter imposto que qualquer compensação aos clientes do papel comercial do GES não pode afetar a liquidez ou o capital do banco.

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Em causa está um montante de 527 milhões de euros, adiantou o banqueiro.

Stock da Cunha admitiu que a primeira prioridade do banco foi resolver o problema dos cerca de 9 mil clientes que tinham obrigações do BES, sendo que destes já foram reembolsados com 1300 a 1400 milhões de euros em dívida.

O próximo passo é atuar em relação aos clientes que têm ações preferenciais do antigo BES, que abrangem 6 a 7 mil clientes. Só depois será tratado o caso dos clientes do papel comercial, que visa apenas 2500 investidores.

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"Estamos totalmente empenhados em encontrar uma solução, não sabemos é quando e como", afirmou o banqueiro aos deputados. E deixou o desabafo: "Eu entendo o lado humano, mas no papel comercial estamos a falar de 2500 clientes, quando no banco são 2 milhões de clientes."

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