CMVM: "não deveriam ter sido transacionadas ações nos últimos dois dias"
Declarações do presidente da CMVM no Parlamento.
O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) reconheceu no Parlamento que "não deveriam ter sido transacionadas ações nos últimos dois dias" que antecederam a resolução do BES. E aponta o dedo ao Banco de Portugal pelos comunicados comunicados publicados após a divulgação dos prejuízos do BES.
Carlos Tavares foi questionado pelo deputado socialista Filipe Neto Brandão, que lhe perguntou se tivesse sido informado pelo governador Carlos Costa da possibilidade de o Banco de Portugal estar a traçar um mecanismo resolução para o BES suspenderia a negociação dos títulos do banco.
"A resposta só pode ser afirmativa e penso que teria sido o desejável para defender os investidores", respondeu o regulador da bolsa, sublinhando que "ninguém se surpreenderia que, com os resultados apresentados pelo banco, houvesse uma interrupção mais prolongada [da negociação]".
"Se não tivesse havido comunicados, do BES e do Banco de Portugal, na noite de apresentação de resultados poderia haver uma interrupção mais prolongada", admitiu Carlos Tavares.
"Hoje todos reconhecerão que o desejável teria sido haver uma informação do que se poderia passar [a resolução] e, havendo uma probabilidade alta, não deveria ter sido prestada a informação que foi prestada e as ações não deveriam ter sido transacionadas naqueles últimos dois dias", reforçou.
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