Faltam contratos para três grandes dívidas à Caixa Geral de Depósitos
Ernst & Young elencou 60 operações de financiamento em que documentação não estava acessível.
Três dos 25 maiores devedores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) receberam financiamento sem que o contrato de crédito esteja hoje disponível.
A falta dos documentos de suporte aos empréstimos foi esta terça-feira confirmada na primeira audição da nova comissão de inquérito ao banco público.
Florbela Lima, a responsável da Ernst & Young (EY), que assinou a auditoria aos 16 anos de gestão do banco público, teve dificuldades em explicar aos deputados a existência de 60 financiamentos sem o respetivo suporte documental.
Depois de várias questões s dos deputados sobre o tema, a responsável da EY acabou por adiantar que de entre os 25 financiamentos que geraram maiores perdas à CGD não foi possível encontrar contratos de crédito para quatro.
Num dos casos - o financiamento relativo a Vale do Lobo - toda a documentação foi remetida à Justiça no âmbito das investigações judiciais em curso. "Foi solicitada informação pelo Ministério Público sobre toda a informação" recolhida, detalhou a auditora.
Após insistência dos deputados, Florbela Lima reconheceu como "muito difícil" que os contratos aparecessem agora, até porque os responsáveis da EY levaram 11 meses a fazer a auditoria exatamente devido aos esforços desenvolvidos para encontrar a documentação.
Segundo a auditora, só após 2013 a CGD passou a ter um arquivo centralizado.
Santos Ferreira não quis que Vara falasse
Todos os presidentes dos conselhos de administração da CGD entre 2000 e 2015 foram ouvidos em contraditório na auditoria.
Uns preferiram reunir-se sozinhos com a EY, outros optara por levar também membros da equipa de administração. Armando Vara foi um dos ausentes. Segundo Florbela Silva, por opção de Carlos Santos Ferreira.
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