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Caixa Geral de Depósitos explica censura de dados enviados à Comissão de Inquérito

Banco vai esclarecer, ponto por ponto, todas as matérias que seguiram rasuradas.

16 de março de 2019 às 09:30

Os deputados à Assembleia da República exigiram saber da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que informação foi omitida e por que razão o banco público apagou alguns dados que constavam dos conteúdos que foram enviados esta semana para a Comissão de Inquérito (CI) à Recapitalização da CGD e à Gestão do Banco.

Entre relatórios, pareceres e atas, há documentos rasurados e que os parlamentares querem conhecer para avaliar o que se passou no banco do Estado entre 2000 e 2015. Por isso, a CI exigiu de imediato explicações.

"Insistimos com o pedido dessa informação junto da Caixa, através de um novo ofício, e disseram-nos que ia ser enviada uma nova versão, com notas a explicar caso a caso o motivo por que entende a Caixa que determinados dados não devem ser facultados ao Parlamento", adiantou ao CM Luís Leite Ramos, presidente da CI.

"Alguma dessa informação já começou a chegar à comissão. Aguardamos por mais dados na segunda-feira", acrescentou o também deputado do PSD, adiantando que "alguma da informação em causa não terá sido facultada inicialmente porque a Caixa entende que diz respeito a matérias que estão fora do objeto de análise da comissão parlamentar".

No entanto, os deputados a CI têm uma leitura diferente e consideram que o âmbito em análise é mais abrangente do que apenas os dados que constam da auditoria feita pela EY, e na qual foram analisados os 25 maiores créditos e 33 operações de investimento. A análise detetou um enorme volume de imparidades que acabou por obrigar à recapitalização do banco com dinheiros públicos.

Desde fevereiro deste ano que está em vigor a legislação que obriga os bancos a enviar toda a informação pedida pelas CI.

Primeira audição à EY marcada para o dia 26

O arranque das audições no âmbito da Comissão de Inquérito à Recapitalização da CGD foi agendado para terça-feira, dia 26. "Os adiamentos tem-se devido à falta de informação por um lado, mas também tem que ver com o volume de documentos que já temos na nossa posse. São já 19 mil páginas, é muita informação para analisar ", disse ao CM Luís Leite Ramos.

A auditora EY será a primeira a ser ouvida, dia 26, seguindo-se, dias 27 e 28, Carlos Costa e Vítor Constâncio, atual e ex-governador do Banco de Portugal. Foram ainda aprovadas audições ao anterior responsável pelo departamento de auditoria da CGD, Eduardo Paz Ferreira ou ao ex-presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal, João da Costa Pinto.

PORMENORES

Sócrates e Pinho

Os deputados da CI pediram para ouvir 142 pessoas, como José Sócrates ou Manuel Pinho.

BCI lucra 56 milhões

O banco moçambicano BCI, detido pela CGD e BPI lucrou 56 milhões de euros em 2018.

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