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Três desaparecidos após golpe de mar virar barco na ilha de Ínsua

Traineira regressava a Caminha após noite na faina. Mestre e um pescador conseguiram salvar-se. Operações de busca pelos outros três pescadores são retomadas hoje.

15 de dezembro de 2025 às 01:30

Depois de uma noite de faina em alto mar, o ‘Vila de Caminha’ estava a regressar ao porto de Caminha, quando um golpe de mar atirou a embarcação contra os rochedos da ilha de Ínsua, junto a Moledo. O alerta chegou às autoridades às 12h20. Dois homens - o mestre, Nuno Castro, e um pescador, de nacionalidade indonésia - foram resgatados com vida. Durante o dia decorreram as operações de busca para encontrar os restantes três tripulantes, todos indonésios, mas sem sucesso.

‘Pitufo’, como é conhecido Nuno Castro, descende de uma família de pescadores - filho de pescador, é irmão de pescador e um dos filhos costuma acompanhá-lo no mar. Os 5 homens saíram para o mar às 20h00 de sábado e contavam chegar pelo meio dia deste domingo. “Estava a fazer o comer, quando a minha nora me ligou. Disse-me para me sentar, que tinha uma notícia para me dar. Disse-lhe logo: Aconteceu uma desgraça. E foi aí que ela me contou que o barco tinha virado mas que o meu filho estava bem”, relatou ao CM Maria Emerência, mãe do mestre do ‘Vila de Caminha’.

Nuno Castro e o tripulante indonésio que conseguiu sair da traineira tiveram a ‘sorte’ de estarem na cabine. “O meu filho partiu o vidro da cabine e foi até às rochas e depois arrastou-se até à areia”, contou Maria Emerência. Os restantes tripulantes estavam no porão de congelação de pesca. “São bons trabalhadores, muito novos. Um deles chegou há 15 dias e outro ia regressar à Indonésia nos próximos dias. Eles têm todas as condições, têm uma casa para cada um onde podem dormir, fazer as refeições. Dói-me muito por causa dos mocinhos”, lamentou Maria Emerência.

Os dois resgatados foram levados pelos Bombeiros de Caminha para o hospital de Viana do Castelo, em estado de hipotermia - a temperatura da água rondava os 15 graus. “A temperatura corporal já subiu, está estável. Vai fazer uma TAC à cabeça”, contou a mãe do mestre da embarcação.

As operações de busca foram suspensas ao início da noite, devido à falta de visibilidade, e deverão ser retomadas no dia de hoje. Para amanhã, há avisos para toda a costa portuguesa continental, devido a agitação marítima.

“Ama o mar, tal como o pai”

“Ama o mar, tal como o pai amava”, contou Maria Emerência, mãe de Nuno Castro. Pouco antes do naufrágio, tinha conversado com o filho. “Ligou-me e perguntou se a barra estava aberta, estavam a chegar”. Nuno Castro é dirigente da Associação de Profissionais de Pesca do Rio Minho e Mar, entidade presidida pelo irmão, José Castro.

Vários meios na busca

As operações de busca contaram, para além da Polícia Marítima, com 13 operacionais, 5 viaturas e um bote dos Bombeiros Voluntários de Caminha.

Espanhóis ajudam

As buscas foram coordenadas pelo Capitão do Porto e Comandante-local da Polícia Marítima de Caminha. As operações contaram com um helicóptero da Força Aérea Portuguesa e outro das autoridades espanholas.

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