Garantia pública para jovens sobe preços das casas
Agência de notação financeira alerta para aumento da procura causado por medidas do Governo para facilitar acesso ao mercado.
A garantia pública que permite aos jovens até 35 anos serem financiados a 100% para a compra da primeira casa levou ao aumento da procura e, por consequência, dos preços da habitação. A conclusão é da agência de notação financeira DBRS, que fala numa “pressão adicional” e sublinha que as medidas do Governo nesta matéria são “relativamente limitadas e exigem tempo para produzir efeitos”. Por essa razão, o sucesso dos incentivos, que incluem a isenção de IMT e de imposto de selo, “só poderá ser avaliado a médio prazo”. A informação consta de uma nota divulgada pela empresa que avalia o risco de crédito na semana passada, citada pelo ‘Negócios’.
Os especialistas antecipam um cenário em que o custo de aquisição continuará a subir este ano, mas a um ritmo mais lento, impulsionado pela falta de oferta e de construção nova, bem como pelo interesse de compradores estrangeiros. São estes os fatores que dificultam que os portugueses que almejam ser proprietários concretizem o objetivo, num contexto em que os salários não aumentaram na mesma proporção do mercado.
“A subida do preço das casas ultrapassa largamente o aumento do rendimento”, destaca a DBRS, que aponta uma explicação para o facto de Portugal ter resistido à subida dos juros: a maioria dos empréstimos está associada a uma taxa variável. “Os mutuários portugueses conseguiram suportar o aumento do custo de vida, suportados por um mercado laboral estável e um ambiente económico benigno”, justifica ainda a agência canadiana.
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