Governo mantém proposta de aumentos salariais que deixa de fora a maioria dos funcionários públicos

Estado compromete-se com a revisão do sistema de avaliação salarial até ao final do trimestre. 

12 de janeiro de 2021 às 12:06
"Nunca estiveram os preços como estão agora" Foto: Getty Images
Partilhar

O Governo manteve hoje a proposta de aumentos salariais que deixa de fora a maioria dos funcionários públicos, comprometendo-se com a revisão do sistema de avaliação até ao final do trimestre. 

A informação foi dada aos jornalistas pela presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, no final de uma reunião suplementar, a pedido dos representantes dos trabalhadores, depois de o executivo ter fechado as negociações salariais na semana passada.

Pub

"Temos o compromisso de que até ao final do primeiro trimestre seriam eventualmente calendarizadas as reuniões para discussão e revisão do sistema de avaliação de desempenho", disse a representante sindical, após encontro com o secretário de Estado da Administração Pública, José Couto, referindo que pretende que este calendário inclua igualmente a revisão de carreiras.

Em causa está a proposta do ministério liderado pela ministra Alexandra Leitão, apresentada na quarta-feira aos sindicatos, que aumenta a remuneração base da função pública em 20 euros, para os 665 euros (valor igual ao do salário mínimo nacional) e que prevê aumentos de 10 euros para salários entre os 665 euros e os 791,91 euros.

Pub

Esta proposta representou uma valorização face à apresentada na primeira reunião, em que o Governo tinha proposto um aumento de 10 euros apenas até aos salários de 693,13 euros mas, ainda assim, foi considerada insuficiente pelos sindicatos.

Segundo o Governo, a atualização chegará a 148 mil trabalhadores numa despesa prevista de 41 milhões de euros.

Helena Rodrigues lamentou uma vez mais que "a grande maioria dos funcionários públicos" fique sem atualizações salariais.

Pub

"Compreendemos que o momento é difícil, mas um sinal de que alguma atualização poderia ser feita, nós esperávamos [isso] da parte do Governo", disse.

"Aquilo que levamos é pouco. Portanto não podemos sair daqui satisfeitos", acrescentou.

A líder do STE considera que os trabalhadores se encontram "num período difícil" e terão que pensar em conjunto novas formas de luta.

Pub

"Os trabalhadores que vivem do seu salário estão cada vez em condição pior. Temos que pensar como é que nós trabalhadores nos envolvemos e fazemos qualquer coisa que seja verdadeiramente nova para dizermos que assim não podemos continuar", disse.

 

ICO (DF) // JNM

Pub

Lusa/Fim

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar