Maioria dos pensionistas deverá ter aumento real do poder de compra em 2026
Pensões mais baixas deverão ter aumentos acima da inflação.
A maioria dos pensionistas deverá ter aumentos acima da inflação prevista pelo Governo para o próximo ano, que de acordo com a proposta de Orçamento do Estado entregue no Parlamento será de 2,1%.
A fórmula legal de atualização das pensões baseia-se nos dados da inflação (sem habitação) até novembro e do crescimento real do PIB nos dois anos anteriores, contabilizada até ao terceiro trimestre. Estes números ainda não estão fechados, mas, considerando o indicador preliminar de inflação conhecido em setembro (2,28%) e um aumento do PIB em 2,11%, o escalão mais baixo de pensões - no qual está a maioria dos pensionistas - teria no próximo ano uma atualização de 2,78%, segundo os cálculos avançados pelo Negócios.
Com os mesmos pressupostos, a subida será de 2,28% para o segundo escalão (de 1045 a 3135 euros neste ano) e de 2,03% para o terceiro (acima de 3135 e até 6270 euros), neste último caso com alguma perda de poder de compra.
O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, já avisou que a margem para negociar medidas com a oposição é "próxima de zero", o que significa que é praticamente nula a margem para aumentos extraordinários permanentes das pensões. Em 2025, as pensões mais baixas foram atualizadas em 3,85%, em resultado da aplicação da fórmula legal de atualização das pensões e de um incremento adicional de 1,25%, aprovado por PS e Chega à revelia do Governo.
Para o próximo ano, o primeiro-ministro já prometeu que, se as contas públicas o permitirem, o Governo irá repetir o suplemento extraordinário (de 100 a 200 euros) para as pensões mais baixas. Já o valor de referência do Complemento Solidário para Idosos vai subir 40 euros, com a proposta de Orçamento do Estado para 2026 a prever uma despesa de 671,8 milhões de euros com este apoio no próximo ano, o que traduz um aumento de 21,5% face a 2025.
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