Portugueses invadem comércio de Badajoz
Uma avalancha de portugueses ‘invadiu’ ontem Badajoz para ir às compras. Muitos deles com o subsídio de férias acabado de receber, as férias pela frente e cientes das diferenças de preços entre ambos os lados da fronteira, agora ainda mais acentuada com o recente aumento da taxa mais elevada do IVA, optaram por fazer contas à vida e fizeram-se ao caminho.
Modesto Molares, chefe de vendas no Carrefour de Badajoz, afirmou ao Correio da Manhã que não esperavam tantos portugueses. “Nem nós aqui no Carrefour esperávamos tantos portugueses. Em geral, aos sábados vêm muitos fazer compras, mas tantos como hoje não é normal.”
Actualmente com uma elevada taxa de clientes de Évora, que dista 100 quilómetros de Badajoz, Modesto Molares acredita que esta taxa aumente nos próximos tempos. Além de Badajoz ser mais perto de Évora do que Lisboa, também as portagens pesam menos para quem ruma ao outro lado da fronteira. Aos eborenses, chegar a Lisboa pela A6 custa cerca de dois euros mais do que a Badajoz, também pela A6.
Nesta corrida aos produtos além-fronteiras, os portugueses preferem sobretudo o vestuário e calçado. “Além de serem mais baratos, a escolha é também bastante maior e isso é atractivo”, explicava ao nosso jornal Lina Renga, de Elvas.
Satisfeitos com o rumo que o negócio está a tomar, os comerciantes de Badajoz “esfregam as mãos” e avançaram com um projecto para desenvolver a zona do Casco Antigo, há décadas a zona do comércio por excelência, mas que com o passar dos anos perdeu pontos para a Calle Menacho e área circundante.
Juntar ambas as zonas fazendo um grande centro comercial ao ar livre, com horário alargado, é o que as federações comerciais e a Junta da Extremadura querem realizar. Os estudos para concretizar este projecto já começaram. Entretanto, no Casco Antigo o comércio já mexe de novo.
“Há muito tempo que já não vinha a Badajoz fazer compras mas agora, com a subida do IVA, recomecei a vir aqui abastecer-me. Esta semana já é a segunda vez que cá venho e no total já cá deixei 110 euros. Comprei roupa, calçado, detergentes, tintas, enfim, produtos que são necessários e que aqui pesam menos no orçamento da família. Como moro em Campo Maior é fácil vir cá às compras.” Fernanda Ferreira - 39 anos
“Eu e a minha família vimos com bastante frequência fazer compras a Badajoz. Moramos em Loures e aproveitamos também para passear. Compramos sobretudo vestuário – somos fiéis a algumas lojas de roupa de cerimónia –, enchidos e, claro está, o depósito do automóvel chega quase seco e sai bem atestado. Com a diferença do preço do combustível atestamos sempre o carro.” Henrique Oliveira - 69 anos
“É com bastante frequência que venho fazer compras a Badajoz mas agora, com o aumento do IVA, vou passar a vir mais vezes. Moro em Portalegre e aqui compro essencialmente produtos de higiene e de limpeza, iogurtes e roupa. Quanto aos combustíveis, como tenho outra fronteira mais perto, a dos Galegos, é lá que costumo atestar.” Ana Bicho - 30 anos
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