Preço do leite na União Europeia dispara 31% em 2022
Pressões inflacionistas decorrentes do conflito na Ucrânia também impulsionaram os custos energéticos.
O preço do leite na União Europeia (UE) aumentou 31% em 2022 face ao ano anterior, impulsionado pela seca generalizada nos países comunitários, o que conduziu à escassez de alimento para as vacas leiteiras, revelou esta quinta-feira o Eurostat.
Os dados das primeiras estimativas sobre os preços na agricultura no ano passado mostram aumentos substanciais face a 2021 em quase todas as categorias de produtos. De acordo com o gabinete de estatística europeu, há três fatores que explicam a escalada dos preços na agricultura. Por um lado, a invasão da Ucrânia por parte da Rússia transtornou o comércio de “trigo, milho, oleaginosas (principalmente sementes de girassol) e fertilizantes”, por estes dois países serem os maiores exportadores mundiais destes produtos.
No entanto, a seca que dizimou a Europa em 2022 reduziu os rendimentos dos campos aráveis, incluindo o feno, fundamental para alimentar o gado. O terceiro elemento que acabou por insuflar os preços na agricultura traduziu-se em várias pressões inflacionistas, como a gerada pela dependência de combustíveis fósseis russos, apesar das consequentes tentativas para reduzir esta subordinação, que não impediram uma escalada dos preços na energia.
O preço médio dos bens agrícolas na UE, como um todo, aumentou 24% em 2022 face a 2021, revela o Eurostat. As escaladas mais incisivas de preços vão para os cereais (+45%), ovos (+43%) e para o leite (31%). Portugal regista uma subida abaixo dos 30% no leite e fica em 15.º lugar neste indicador entre os países da UE.
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