Salgado alega falta de bens para pagar caução
Ex-patrão do BES continua em prisão domiciliária.
Ricardo Salgado não tem três milhões de euros. A caução determinada pelo juiz Carlos Alexandre, no processo em que se investiga a queda do BES, ainda não foi prestada, e o ex-homem-forte do Espírito Santo – que muitos chamavam de ‘dono disto tudo’ – continua em prisão domiciliária. Mantém-se com polícia à porta, na moradia de Cascais.
O prazo para a apresentação da caução só termina na segunda-feira, cabendo depois ao juiz decidir. Carlos Alexandre pode reduzir o montante que foi determinado ou propor outras medidas de coação.
Ricardo Salgado deverá alegar que os seus bens estão todos arrestados, à ordem precisamente do mesmo processo. Não podendo usar os bens para prestar a caução e não sendo possível obter uma garantia bancária, o ex-patrão do BES assegura que não tem outra fonte de rendimento.
O ex-homem- -forte da Banca também continua com uma caução de três milhões de euros prestada noutro processo – o primeiro inquérito em que o banqueiro foi ouvido, denominado ‘Monte Branco’ e do qual saiu em liberdade no verão de 2014.
A questão jurídica agora em cima da mesa é saber-se se Carlos Alexandre manterá Salgado preso, mesmo que este demonstre não ter bens. Paralelamente, corre um recurso no Tribunal da Relação de Lisboa pelo mesmo motivo, através do qual Ricardo Salgado requer que seja libertado, sem qualquer medida de coação restritiva da liberdade.O ex-banqueiro garante ser inexistente o perigo de fuga, atendendo a que se manteve no País enquanto corria a investigação do mesmo processo. O Ministério Público também não pediu a sua prisão.
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