TAP precisa de 50 milhões até fim do mês
Companhia gere orçamento à semana.
Pergunta CM
Governo de esquerda tem condições para reverter venda da TAP?
Se não entrarem 150 milhões de euros nos próximos cinco dias na TAP, a empresa fica sem dinheiro para os salários dos seus 10 mil trabalhadores, sem capital para pagar o estacionamento dos seus aviões no Aeroporto da Portela, e sem meios para abastecer de combustível a frota. Segundo apurou o CM, junto de fontes ligadas ao processo de privatização, a companhia esteve perto do incumprimento com vários fornecedores no fim do mês de outubro, por dificuldades de tesouraria.
O CM sabe que, se nada for feito, a TAP chegará ao fim do mês de novembro com um buraco de 50 milhões de euros nas contas. E só estamos a falar em despesas correntes, excluindo o serviço da dívida aos bancos. O valor agrava-se para os 90 milhões no final do ano.
São estes os números que justificaram a antecipação, para ontem, do fecho do negócio com o grupo Atlantic Gateway e a afirmação do ministro Marques Guedes no Conselho de Ministros: "A situação da TAP é de iminente colapso financeiro de tesouraria. Há o risco efetivo de aviões poderem ficar no chão."
O Governo decidiu antecipar a venda, na condição de o grupo comprador injetar já 150 milhões de euros, quando, no acordo assinado em junho, havia um prazo para recapitalizar a empresa até 23 de junho de 2016. A secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, explicou como será feita a antecipação da entrada de dinheiro e confirmou a assinatura final do negócio para quinta-feira. Segundo especialistas, ouvidos pelo CM, os custos da reversão do negócio para o Estado, como reclama o Partido Socialista, terão de contabilizar o dinheiro que já entrou e ainda uma compensação pelos lucros cessantes, o que, numa perspetiva conservadora, será sempre um valor superior a 200 milhões de euros.
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