PT: venda aprovada com polémica
Negócio que acionistas classificaram de "menos mau" foi aprovado.
A PT Portugal vai passar para as mãos dos franceses da Altice. Após mais de quatro horas de assembleia geral, que contou com apelos à suspensão, críticas à Oi e pedidos de mais informação sobre o investimento na Rioforte e a fusão com a Oi, os acionistas aprovaram a venda da operadora.
À entrada, os acionistas diziam que o negócio era o "menos mau". O líder da Oi, Bayard Gontijo, foi por isso o alvo das maiores críticas, especialmente dos pequenos acionistas que exigiam o fim do negócio de venda da PT Portugal e até a reversão da fusão PT/Oi. O encaixe de 7400 milhões de euros vai para a Oi. Os acionistas da PT SGPS só indiretamente podem vir a beneficiar do negócio. Um dos pequenos acionistas abandonou a sala antes da votação. "Não quero ouvir", justificou aos jornalistas. Muitos admitiram que foram vencidos "pelo cansaço". Outro chorou.
Naquela que foi a assembleia geral menos participada da PT – com apenas 44% do capital representado – a venda da PT Portugal foi aprovada por 97,8% dos votos. "Foi o desfecho possível, dadas as alternativas", afirmou Rolando Oliveira, da Controlinveste. "Há que safar o futuro, é o melhor para o futuro da PT Portugal", acrescentou Rafael Mora, da Ongoing.
Trabalhadores protestam
Perto de duas dezenas de trabalhadores protestaram ontem à porta da sede da PT, no Fórum Picoas, Lisboa, contra a venda aos franceses da Altice, exigindo explicações sobre quem iria garantir os direitos e acordos em vigor com a PT Portugal.
"Está em causa o futuro da PT Portugal", lamentou o presidente Jorge Félix, do sindicato dos trabalhadores da PT, no final da reunião de acionistas.
A associação de minoritários ainda está a estudar o que vai fazer. O presidente da mesa da assembleia-geral, António Menezes Cordeiro, confirmou à saída que a reversão do negócio com a Oi "é sempre possível".
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