Viagens de avião podem ficar mais caras
Subida dos preços poderá funcionar “como desincentivo” aos trajetos de curta distância.
As viagens de avião, nomeadamente as de curta distância, podem ficar mais caras, devido ao aumento dos preços das matérias-primas e à meta europeia de incorporar pelo menos 2% de combustível de aviação sustentável.
“Se o custo da matéria-prima e os encargos, nomeadamente ao nível de impostos e taxas, vão subindo, alguém vai ter de suportar”, disse António Moura Portugal, diretor executivo da Associação das Companhias Aéreas em Portugal (RENA), numa entrevista à agência Lusa.
A guerra comercial desencadeada pela administração norte-americana contribui para esse eventual aumento dos custos das matérias-primas. Já a meta de incorporação de combustível sustentável, produzido a partir de resíduos como óleo alimentar usado, resulta de uma imposição de Bruxelas e aumentará gradualmente nos próximos anos, para 6% em 2030 e 70% em 2050.
“As companhias vão ter de cumprir com as metas. A questão é saber a que custo e em que medida é que depois terá ou não de ser passado para terceiros”, avisou o diretor executivo da RENA.
A subida dos preços poderá funcionar “como desincentivo” às viagens de curta distância. “Era desejável que houvesse um peso maior de viagens intercontinentais de aeronaves de maior dimensão, porque significa que o mesmo ‘slot’ [faixa horária para aterrar e descolar] estaria a ser ocupado por uma aeronave que em vez de transportar 120 pessoas se calhar leva 240”, explicou António Moura Portugal.
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