As duas empresas continuam sob o controlo do bilionário francês Patrick Drahi.
A Altice anunciou esta terça-feira a separação das atividades nos Estados Unidos e na Europa por motivos de "transparência", mas as duas empresas continuam sob o controlo do bilionário francês Patrick Drahi.
As duas novas entidades passam a ter as designações Altice Europe que reúne a Portugal Telecom, Telecom, BFM e as publicações francesas Libération e LÉxpress, entre outras empresas, e Altice USA, que integra as operadoras de cabo Suddenlink e Cablevision (Optium).
Por sua vez, a Altice Europe vai reestruturar-se em várias unidades como Altice France, Altice International e uma nova filial com a designação Altice Pay TV.
A decisão acontece dois meses depois de Drahi ter assumido todas as funções após uma queda registada no mercado de ações que provocou o afastamento do CEO Michael Combes.
"Trata-se de um momento importante para o grupo que tem de se concentrar nas operações existentes", disse Dexter Goei, diretor geral da Atice USA.
De acordo com Goei a separação é o resultado de um debate interno e pretende responder a preocupações de "transparência" relacionadas com uma estrutura empresarial considerada "complexa".
"A longo prazo esperamos que a clareza e a simplicidade da estrutura ajudem os nossos clientes a apoiarem as nossas iniciativas", sublinhou Goei acrescentando que o "ADN do grupo" tem como objetivo o crescimento.
A reestruturação vai fazer-se através da distribuição secundária de ações (spin-off) que vai separar a Altice USA da Altice NV, a base do grupo com sede na Holanda.
"A separação vai permitir a cada uma das entidades concentrar-se na criação de oportunidades e aumento de valor em cada um dos respetivos mercados (europeu e norte-americano), assegurando aos investidores uma maior transparência", disse o mesmo responsável à agência France Presse.
Atualmente a Altice NV detém 67,2 por cento da Altice USA.
O grupo prevê finalizar a reestruturação até ao final do primeiro semestre de 2018, após a concordância das autoridades da concorrência e acionistas.
Patrick Drahi vai manter o controlo das duas entidades e sobre os presidentes dos conselhos de administração respetivos.
Drahi vai passar a deter, pelo menos, 51 por cento de direitos de voto na entidade norte-americana que é atualmente o quarto maior operador por cabo dos Estados Unidos.
Prevê-se também que venha a pagar um dividendo excecional de 1,5 mil milhões de dólares aos acionistas da Altice USA, após a separação.
A Altice NV (Europa) vai utilizar 625 milhões de dólares (de um total de 900 milhões de dólares) para pagar parte das dívidas.
Segundo a AFP, a nova operação vai permitir a Patrick Drahi isolar os interesses nos Estados Unidos, onde tem grandes ambições após os contratempos registados na Europa.
Fontes bancárias consultadas pela France Presse referem que Drahi quer consolidar-se no mercado dos Estados Unidos "conquistando" a Charter, a segunda maior operadora de cabo norte-americana.
A empresa acaba de lançar, nos Estados Unidos, um dispositivo que permite aos assinantes acesso à internet, telefone fixo e televisão através de um só aparelho.
Em finais de novembro, a Altice foi seriamente abalada na Bolsa de Amesterdão após a publicação dos resultados trimestrais que foram inferiores às expectativas o que agravou a preocupação sobre as dívidas contraídas pelo grupo tendo a Altice perdido 50 por cento do valor.
Na sequência da reorganização, Patrick Drahi já tinha decidido retomar a gestão efetiva do grupo e vender ativos considerados não estratégicos.
Nesse sentido, segundo o Financial Times, a Altice vai procurar um comprador para os ativos que tem na República Dominicana e, em dezembro, anunciou medidas sobre as operações que mantinha na Suíça.
Na segunda-feira, Dexter Goei indicou que a Altice vai trabalhar "ativamente" para identificar os ativos que devem ser vendidos, mas insistiu que a separação não significa um retrocesso na estratégia de aquisições do grupo.
Separando o grupo em Altice USA e Altice Europe, Patrick Drahi continua a reproduzir a estratégias do mentor John Malone, conhecido como "Cowboy", um magnata das empresas por cabo nos Estados Unidos e que construiu um império através da Liberty Interactive, uma companhia com atividades diversificadas que lhe permitem acrescentar valor no mercado de ações.
Tal como "Cowboy", Patrick Drahi construiu um império através de aquisições e acordos financeiros complexos e de processos de endividamento.
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