page view

“Bónus dourado” custa milhões ao Montepio

Grupo paga compensação vitalícia a 65 membros de órgãos sociais.

13 de maio de 2025 às 01:30

A fatura do Grupo Montepio com o bónus vitalício pago a atuais e antigos gestores já ronda os 30 milhões de euros. De acordo com o jornal ‘Público’, a verba é alimentada por entregas da associação mutualista e do banco, retirando rendimentos aos 610 mil associados da maior instituição da economia social do País.

Esta regalia, conhecida internamente como “bónus dourado”, é oferecida a 65 membros de órgãos sociais: no ativo, já reformados ou exonerados. Não resulta de qualquer contribuição e é paga 14 vezes ao ano, correspondendo a 5% da última remuneração bruta por cada ano de trabalho.

Tradicionalmente, os executivos do Grupo Montepio eram também gestores do banco. Provinham do Banco de Portugal e de outras entidades públicas, já reformados. Nesse contexto, o “bónus dourado” servia de compensação monetária. Atualmente, ainda segundo o jornal ‘Público’, o banco já tem administração própria e a tabela salarial alinha-se com os valores do mercado.

A título de exemplo, se o presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, Virgílio Lima, abandonasse hoje o cargo, teria direito a um bónus de cerca de 15 mil euros. Por sua vez, o presidente do Banco Montepio, Pedro Leitão, teria uma reforma extra próxima dos nove mil euros.

Recentemente, passou a ser suficiente cumprir um ano de mandato para ter acesso a este regime. Por essa via, José Félix Morgado (65 anos) tem à sua espera um bónus de 4,2 mil euros quando se reformar, por ter exercido o cargo de CEO do Banco Montepio entre agosto de 2015 e dezembro de 2018.

Carlos Tavares (72 anos), antigo presidente do banco entre março de 2018 e 2022, já recebe uma pensão vitalícia de 4,9 mil euros. Desde que se reformou, em 2003, o padre franciscano Vítor Melícias (87 anos) recebe 6,5 mil euros, pelos cinco anos em que presidiu ao Conselho de Administração.

Complemento

“Os membros do Conselho de Administração beneficiam, como complemento pelo desempenho de funções, de uma majoração de até 5%das suas carreiras contributivas durante os anos em que desempenharam funções”, confirmou fonte da Associação Mutualista Montepio Geral ao jornal ‘Público’.

Sem vínculo

A maioria dos membros de órgãos sociais com direito ao complemento vitalício não têm nenhum vínculo profissional ao Grupo Montepio.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8