Empresário foi o responsável pela expansão e sucesso do Grupo Sonae.
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Belmiro de Azevedo, um dos homens mais ricos de Portugal, morreu esta quarta-feira aos 79 anos. O empresário, que foi o responsável pela expansão do Grupo Sonae, começou a carreira profissional no sexto ano do curso. A EFANOR (Empresa Fabril do Norte) foi o seu primeiro empregador, mas viria a deixar a empresa pouco depois, alegadamente por achar que lhe faltava visão estratégica. Curiosamente, Belmiro viria a comprar a EFANOR, que é hoje a principal acionista do Grupo Sonae - Sociedade Nacional de Aglomerados e Estratificados. Belmiro de Azevedo entrou no grupo em janeiro de 1965.
O império de Belmiro de Azevedo
É sob o comando de Belmiro de Azevedo que a Sonae se expande. O empresário assumiu o comando da empresa em 1974 quando o patrão, Pinto de Magalhães, se viu obrigado a sair do país, durante o PREC.
Com a gestão de Belmiro, alargam-se as vertentes de negócio. Passa de uma empresa que fabricava laminados decorativos e aglomerados de madeira a líder da área química e depois um gigante com interesses no retalho, telecomunicações e Media. Atualmente, o grupo descreve-se a si próprio no seu site como "uma multinacional que gere um portefólio diversificado de negócios nas áreas de retalho, serviços financeiros, tecnologia, centros comerciais e telecomunicações".
No retalho alimentar, a Sonae começou por deter uma cadeia de supermercados com a marca Modelo que, após uma parceria com uma empresa francesa, se transformou na cadeia de hipermercados Continente, as primeiras grandes superfícies do país.
O primeiro Continente abriu em 1985 na Senhora da Hora, em Matosinhos e eram frequentes as idas de grandes grupos de pessoas ao local para conhecer aquele que é, ainda agora, passadas duas décadas, um dos gigantes do retalho no nosso país. Neste momento, o grupo detém o Continente (hipermercados), Continente Modelo e Continente Bom dia (supermercados de conveniência), Meu Super (lojas de proximidade em formato franchising).
Também a Worten, inicialmente designado com a marca Vobis, se tornou uma das mais importantes cadeias de retalho de produtos eletrónicos em Portugal, com a venda de eletrodomésticos, eletrónica de consumo e entretenimento e, mais recentemente, a Worten Mobile, dedicada às telecomunicações móveis.
Desta incursão no retalho, saíram ainda outras marcas "especializadas". Na década de 90, surgiram empresas com ramos específicos de mercado que vieram diversificar a oferta. A Sonae S&F lançou as marcas Sport Zone, Berg Outdoor, Berg Cycles e Deeply, de equipamento e vestuário desportivo, a Modalfa [agora MO], para vestuário, calçado e acessórios, a Zippy (vestuário, calçado e acessórios de bebé e criança), a Losan (especializada no negócio grossista de vestuário de criança) e a Salsa, de vestuário e acessórios.Mais recentemente, foram lançadas as marcas B
Para os animais de estimação, a Sonae criou a ZU, dedicada a produtos e serviços para cães e gatos.
O grupo Sonae tem ainda um portefólio de participações em empresas de tecnologia também com ligações ao retalho e às telecomunicações. No que estas últimas diz respeito, a Sonae lançou em 1997 a operadora de telemóveis Optimus [que mais tarde daria origem à NOS, após a fusão com a ZON].
Atualmente, a NOS, onde a Sonaecom tem uma participação de 23,4% do capital social, assume-se como um dos líderes nacionais em diversos segmentos de mercado como o de TV por subscrição, serviços de banda larga e distribuição cinematográfica em Portugal. A Sonaecom é ainda a dona do Jornal Público, um negócio que raras vezes tem dado lucro - tanto que Belmiro chegou a referir-se a ele como um "perdócio".
No negócio dos centros comerciais, o grupo Sonae detém 50% da Sonae Sierra, que detém 44 centros comerciais - com uma área bruta de 2,3 milhões de metros quadrados - espalhados por 11 países.
Os donos da SONAE
A SONAE é uma estrutura acionista em que a maioria do capital pertence à EFANOR, com 52,64% do capital social. A empresa onde Belmiro começou a trabalhar abriu em 1907 e fabricou carrinhos de linhas e produtos têxteis até 1994, data em que a fábrica fechou. Ficou como veículo da posição capitalista da família Azevedo na Sonae.
Paulo Azevedo assumiu, em 2007, o cargo de CEO da empresa, sucedendo ao pai na liderança do Grupo Sonae. Belmiro manteve-se como CEO da Sonae Indústria até 2015, data em que se retirou, em definitivo, de cargos nos órgãos sociais do grupo.
Outros acionistas da Sonae são o Banco BPI (8,9%), a fundação Berardo (2,5%) e os fundos Magallanes (2,03%) e Bestinver (1,98%). Outro acionistas com menor peso individual acumulam um total de 31,5% do capital.
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