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Deco alerta que famílias reformadas têm em média 4 créditos ativos e apela à poupança

Pensões têm registado este ano um aumento máximo de 3,85%.

31 de outubro de 2025 às 07:01

A associação de defesa do consumidor Deco disse que é urgente poupar para a reforma, face à previsível queda das pensões, alertando que os agregados familiares reformados têm, em média, quatro créditos ativos, com uma elevada taxa de esforço.

Num texto enviado à Lusa, a propósito do Dia Mundial da Poupança, que esta sexta-feira se assinala, a entidade realçou que "poupar para a reforma, em Portugal, é cada vez mais urgente, tanto mais que a esperança média de vida continua a aumentar e o valor das pensões a diminuir".

Segundo a Deco, "face à queda das pensões do Estado, é imperativo que os portugueses mudem o seu planeamento financeiro e que se criem novas políticas de proteção social".

A associação lembrou que, ainda que este ano as pensões tenham registado um aumento máximo de 3,85%, de acordo com os escalões de atualização legal, as projeções mais recentes da Comissão Europeia indicam que "a taxa de substituição das pensões em Portugal cairá drasticamente".

Assim, segundo o Ageing Report 2024, citado pela Deco, "a pensão média nacional deverá passar de 69,4% do último vencimento para 38,5% em 2050, caso não sejam implementadas reestruturações no sistema de Segurança Social".

Por isso, reiterou, "impõe-se planear antecipadamente a reforma para garantir um nível de vida digno, semelhante ao da idade ativa", destacando que "poupar para a reforma deve ser encarado como um objetivo ao longo de toda a vida ativa, iniciando-se logo que se entra no mercado de trabalho".

A Deco defende ainda que a poupança para a reforma deve contar "com incentivos fiscais progressivos, produtos transparentes e educação financeira acessível a todas as idades".

Para a associação de defesa do consumidor, "reformar a forma como se pensa a reforma" passa por "transformar o medo do futuro numa cultura de preparação e segurança".

A Deco lembrou que o envelhecimento e baixa natalidade ameaçam a sustentabilidade do sistema de pensões, apontando que "muitos portugueses não têm poupança complementar e desconhecem como funciona a sua pensão futura".

De acordo com os dados da associação, "os agregados familiares reformados têm ainda, em média, quatro créditos ativos", no valor aproximado de 20 mil euros, e cartões de crédito, de cerca de seis mil euros.

A associação revelou ainda que as prestações mensais totalizam cerca de 680 euros, face a um rendimento líquido médio de 1.150 euros, "o que representa uma taxa de esforço próxima dos 60%, muito acima do limite recomendado de 35%", mostrando a "elevada vulnerabilidade financeira de quem chega à reforma sem poupanças próprias".

A Deco acredita que é preciso implementar programas de literacia financeira e proteção para o futuro e garantir "apoio independente" que oriente escolhas de poupança complementar e produtos financeiros, "sem conflitos de interesse".

A associação defendeu ainda a criação de "incentivos fiscais progressivos" para todas as faixas de rendimento, tornando a poupança mais acessível, a promoção de "produtos de poupança simples, claros e transparentes, sem taxas escondidas" e o desenvolvimento de "políticas de inclusão financeira".

A Deco apelou ainda para a redução de carga fiscal sobre os depósitos a prazo e pediu a criação de "campanhas de sensibilização que expliquem a importância da poupança desde cedo, usando exemplos reais e acessíveis".

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