Construtor civil assume que pediu financiamentos ao BES.
José Guilherme, o construtor civil da Amadora que deu uma prenda de 8,5 milhões de euros a Ricardo Salgado, admitiu à comissão de inquérito ao BES ter sido testa de ferro em negócios do Grupo Espírito Santo (GES). O empresário assume numa carta ao Parlamento que deve 121 milhões ao Novo Banco, mas pediu a reestruturação dos financiamentos.
O homem, com negócios no setor imobiliário, reconheceu que, além da relação banco/ /cliente, estabeleceu "muitas vezes a pedido do BES e do GES, relações de negócio com diversas entidades, algumas do próprio GES e com entidades terceiras". José Guilherme detalha ainda que, no final de 2012, era devedor do BES, "a título pessoal, em cerca de 85 milhões de euros". "Parte dos financiamentos foram por mim pedidos para fazer face a necessidades pessoais e de empresas de que era sócio", adianta o construtor. E acrescenta: "Numa outra parte, de mais de metade, os referidos financiamentos não foram por mim pedidos, mas foram-me concedidos para realizar operações no interesse de terceiros." José Guilherme amortizou cerca de 12 milhões de euros por ano entre 2012 e agosto de 2014, até à resolução do BES. Agora está a tentar renegociar os créditos com o Novo Banco. "Aguardo uma proposta com vista à determinação da dívida pela qual devo efetivamente ser considerado responsável."
Guilherme admite ainda que recebeu, a título de "compensação", 8,2 milhões de euros pela cedência à ESCOM das quotas que detinha no empreendimento Torres Sky, em Luanda.
Na carta aos deputados, o construtor assume ter perdido 25 milhões com a resolução e admite também ter aderido ao perdão fiscal (RERT).
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