Falta de consenso entre Banco de Portugal e CMVM dificulta resolução.
Os lesados do papel comercial do BES continuam sem solução nem resposta para como recuperar parte do dinheiro. A acontecer, não chegará antes da venda do Novo Banco, cujas negociações decorrem. Os emigrantes com dívida do BES têm até dia 18 para aceitar ou rejeitar a solução em cima da mesa.
Ao que o CM apurou junto de várias fontes conhecedoras do processo, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e o Banco de Portugal, supervisor da Bolsa e regulador da Banca, respetivamente, estão cada vez mais afastados, o que dificulta uma solução conjunta que possa resolver o problema do papel comercial. "Não há disponibilidade para o diálogo", explicou fonte da Banca.
No caso dos emigrantes, que subscreveram dívida do BES, já terão em mãos mais informação sobre o plano proposto por Stock da Cunha e têm até 18 de setembro para decidir se aceitam a proposta.
Perante o impasse, mais de uma centena de lesados com papel comercial manifestaram-se à frente da sede do Novo Banco, na Avenida da Liberdade. Os ânimos de quem perdeu poupanças de vida exaltaram-se, com grades derrubadas e a PSP a intervir com gás-pimenta para dispersar os confrontos. Os manifestantes ergueram cartazes onde se podia ler ‘Novo Banco – o ladrão das minhas poupanças’ e ‘Desistir Nunca’.
A Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial do BES promete mais manifestações e enviou ontem uma carta para "todos os líderes europeus", entre os quais Angela Merkel, François Hollande e Mariano Rajoy, denunciando a resolução do BES. Os lesados exigem uma solução até às legislativas de 4 de outubro.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.