Governador do Banco de Portugal afirma que a economia é feita de ciclos e que agora as instituições estão a atravessar um "momento bom do ciclo" em lucros.
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse esta quinta-feira que os bancos têm de aproveitar os lucros do atual ciclo positivo da sua atividade para aumentar as 'almofadas financeiras' e, assim, estarem mais bem preparados para futuras crises.
Num almoço-debate do American Club of Lisbon, questionado por participantes sobre o setor bancário, Mário Centeno disse que depois de um período negativo, sobretudo entre 2010 e 2017 em que os bancos tiveram grandes prejuízos, agora estas instituições estão a atravessar um "momento bom do ciclo" em lucros, mas também em indicadores de níveis de capitalização (que reforçaram) e crédito malparado (que reduziram).
Contudo, afirmou, a economia é feita de ciclos e os bancos devem aproveitar o atual momento para se prepararem para momentos mais difíceis no futuro.
"É o momento de refazer 'buffers' [amortecedores], construir 'buffers', porque o ciclo pode mudar, vai mudar, não sabemos quando, mas temos de estar preparados", afirmou Centeno, considerando que o maior erro da economia portuguesa é não se preparar para a próxima crise.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) aconselhou, esta semana, os bancos portugueses a evitar canalizarem para dividendos a totalidade dos lucros, que estão a aumentar, pedindo antes reforço das reservas de capital como 'almofada' perante eventual aumento do malparado e das falências.
"É necessário que os bancos sejam capitalizados, inclusive os bancos portugueses, e estamos a sugerir que os bancos na fase atual aumentem os seus fundos próprios e as suas reservas de capital e que se abstenham, na medida do possível, de pagar todo o acréscimo dos lucros através de dividendos", disse o diretor do FMI para a Europa, Alfred Kammer, num encontro com jornalistas europeus em Bruxelas.
Numa altura em que bancos como o BCP, Novobanco, Santander Totta e BPI apresentaram em conjunto 2.300 milhões de euros de lucros entre janeiro e setembro, quase o dobro dos lucros do período homólogo de 2022, o responsável regional do FMI avisa que "os tempos vão ficar mais difíceis", sendo necessários "amortecedores adicionais".
O primeiro-ministro, António Costa, pediu na terça-feira a demissão ao Presidente da República, que a aceitou.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo sobre negócios de lítio e hidrogénio terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos projetos investigados.
O Presidente convocou hoje os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira, dia em que está previsto falar ao país.
António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário".
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