Quando chegou à sala de hotel onde Bill Gates e o Governo português iam assinar 18 protocolos, Carlos Lacerda achou os sofás conservadores. Saiu do hotel, entrou numa loja de móveis de design e explicou-lhes o problema. Surpreendentemente, “eles acreditaram” e a sala reflectiu “o choque tecnológico”.
Esta ‘velha’ tradição – a improvisação – é usada e abusada pelo responsável por todos os negócios e investimentos da Microsoft Portugal, que a alia a uma das maravilhas da tecnologia: um telemóvel que é também um computador que lhe permite trabalhar bem longe do escritório. “Junto à piscina”, por exemplo. Uma facilidade que estará, acredita, brevemente acessível a todos.
É a hora de chegada ao escritório, no Tagus Park. Mas o dia começou há pelo menos duas horas, mais concretamente às 5h30, com o despertar madrugador de Carlos Lacerda a que se segue uma hora de exercício no ginásio caseiro. Às segundas-feiras, Carlos Lacerda reúne em videoconferência, a partir de casa, com o seu congénere italiano, no âmbito do seu trabalho de apoio a colegas mais novos de outras subsidiárias. É pois ainda com o escritório em silêncio que começa a trabalhar, o mesmo é dizer, a ler os e-mails da noite anterior e a newsletter do Correio da Manhã.
Começam as reuniões, quer com a equipa directa, quer com directores de segmentos de mercado caso constate “desvios significativos no negócio” no relatório que recebe diariamente. Analisa com eles não só os desvios negativos, mas também os positivos. Às vezes, a explicação pode ser apenas a “alocação de uma factura errada”. O que facilita as reuniões mensais que tem com responsáveis das sedes europeias, onde tem que explicar a evolução dos negócios ao detalhe.
O almoço é, invariavelmente, passado “ou com um cliente ou com um parceiro”. Momentos descontraídos que são bons para “construir relações”, confessa. Mas que não se realizam nos dias que antecedem os grandes lançamentos. Nesses dias, Carlos Lacerda fecha-se em casa, em profunda concentração.
Manter uma relação próxima com os clientes ou com parceiros não passa só por almoçar com eles, passa também por tardes com eles. É o contacto pessoal por excelência que a tecnologia não substitui. Mas, em alturas de apresentações, a “vida altera-se completamente. Vamos [semanas] para a estrada em apresentações marcadas sempre para todas as capitais de distrito. A Microsoft realiza cerca de 600 eventos por ano, portanto as saídas são frequentes. “O espírito de equipa que se cria entre nós, de entreajuda, a forma como discutimos o assunto é muito saudável. “E é muito divertido”, assegura Carlos Lacerda, desvalorizando o facto de ser o ‘chefe’. “Só tenho mais responsabilidades”, diz com sinceridade.
É geralmente a hora de regresso ao escritório “para o ponto da situação”. É o momento de descarregar os e-mails mais recentes e responder aos mais urgentes. Não serão muitos. O telemóvel permitiu-lhe ir ‘despachando’ o trabalho ao longo do dia, aproveitando todos os momentos ‘mortos’ para rentabilizar o tempo. Pode escrever textos, aprovar documentos, visualizar apresentações digitais ou, até, reunir em ‘chat’ com os seus colaboradores. É a grande vantagem da tecnologia móvel. “Pode-se trabalhar a partir de qualquer lugar”, sublinhando, a qualidade de vida que a tecnologia proporciona.
É a hora de sair rumo a casa, em Sintra, ainda a tempo de ajudar as filhas a fazerem os trabalhos de casa, de jantar tranquilamente e de estar, a ler ou a conversar com a esposa. “Se não houver nada que me preocupe, passo assim o serão.” Senão poderá ser encontrado no seu escritório ‘hi-tech’.
“Tenho tudo o que é alta tecnologia num espaço que partilho com a minha mulher”, explica. Apesar de toda a tecnologia, ainda não se chegou ao ponto de não haver escritórios. “Mas esse será o futuro, pelo menos tal como o conhecemos hoje”, acredita Carlos Lacerda.
Nome: Carlos Lacerda
Idade: 44 anos
Ocupação: Director de Negócios
Estado civil: Casado. Tem três filhas
Habilitações literárias: Licenciado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico e pós-graduado em Business and Administration Experiência profissional: Trabalhou na Andersen Consulting, Olivetti e Banco Português do Atlântico
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