António Ramalho despede-se com sexto trimestre consecutivo de lucros.
O Novo Banco registou um lucro de 266,7 milhões de euros no primeiro semestre de 2022. O resultado é o melhor da banca privada em Portugal e quase duplica o valor obtido no período homólogo: nos primeiros seis meses de 2021, a instituição financeira tinha lucrado 137,7 milhões de euros.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o banco afirma que houve um "sólido desempenho do negócio com incremento da rentabilidade apesar do atual contexto macroeconómico, caracterizado por pressões inflacionistas e consequente volatilidade das taxas de juro".
A instituição ainda liderada por António Ramalho (que amanhã passa o testemunho a Mark Bourke) considera que o desempenho da atividade "está em linha com as expectativas para o primeiro semestre de 2022, apesar do atual contexto macroeconómico caracterizado por pressão inflacionista e consequente volatilidade das taxas de juro, agravado pelo conflito na Ucrânia".
A evolução do resultado justifica-se "pela melhoria do produto bancário, que cresceu 82,4 milhões de euros e pelo menor nível de imparidades e provisões" (caíram 78%).
O saldo médio dos depósitos foi de 27,8 mil milhões de euros.
O crédito a clientes (líquido de imparidades) ascendeu a 24,3 mil milhões de euros, tendo subido 2,8% face ao valor registado em dezembro do ano passado, "confirmando a trajetória de crescimento da carteira de crédito no segmento de empresas e de particulares, e um ambiente de taxas de juro favorável". Já o crédito bruto alcançou a marca de 25,5 mil milhões de euros. Os empréstimos a empresas totalizam mais de 14 mil milhões de euros, enquanto as famílias devem cerca de 11 mil milhões.
O crédito malparado (que no jargão financeiro é habitualmente designado pela expressão inglesa Non-Performing Loans ou pela sigla NPL) era de 1,7 mil milhões de euros, tendo caído 3,1% face ao valor apresentado há seis meses. A queda não foi suficiente para atingir o objetivo que a instituição traçou para o rácio de NPL: melhorou para 5,4% (era 7,3% há um ano e 5,7% em dezembro), mas ainda está acima da meta de 5%.
A margem financeira caiu 7,3%, rendendo 268 milhões de euros. Este indicador, explica o banco, foi penalizado "pelo efeito das emissões de dívida sénior no quarto trimestre e pelo aumento dos capitais médios das aplicações monetárias, que prejudicou a evolução da taxa de juro média dos ativos".
As comissões atingiram 144,4 milhões de euros, um valor 6,5% acima do verificado há um ano, "espelhando um sólido
desempenho e mantendo a tendência positiva dos últimos trimestres".
O produto bancário comercial totalizou 412,4 milhões de euros (-2,9% do que em junho de 2021).
Entre junho de 2021 e o mesmo mês deste ano, o Novo Banco perdeu cerca de 300 trabalhadores: o quadro de pessoal é agora de 4.167 funcionários. No mesmo período, o número de balcões caiu de 349 para 304.
Divergências com o Fundo de Resolução
O Novo Banco sublinha ainda que o rácio de capital Common Equity Tier 1 (CET1) está "protegido em níveis predeterminados até aos montantes das perdas já verificadas nos ativos protegidos pelo Mecanismo de Capitalização Contingente". A instituição afirma que "o montante solicitado com referência a 2021, no montante de 209,2 milhões de euros "teve em conta as perdas incorridas nos ativos cobertos pelo Mecanismo de Capitalização Contingente, bem como as condições mínimas de capital aplicáveis no final do mesmo ano ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente".
O banco recorda que "no que respeita ao valor solicitado ao Fundo de Resolução (FdR) relativo ao exercício de 2020 subsistem duas diferenças que resultam de divergências" com o FdR: por um lado, "a provisão para operações descontinuadas em Espanha"; por outro, a "valorização de unidades de participação, que estão sujeitos a uma decisão arbitral". somadas, estas divergências totalizam 165 milhões de euros que o NB entende serem "devidos ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente, estando a despoletar os mecanismos legais e contratuais à sua disposição no sentido de assegurar o recebimento dos mesmos".
Só a Caixa lucrou mais
O resultado apresentado pelo Novo Banco no primeiro semestre é o maior lucro da banca privada em Portugal neste período.
O Santander surge em segundo lugar com 241,3 milhões de euros, o BPI alcançou 201 milhões, enquanto o BCP anunciou 74,5 milhões, e o Banco Montepio lucrou 23,3 milhões de euros.
De entre os principais bancos, apenas a Caixa Geral de Depósitos fez melhor: anunciou um resultado de 486 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2021.
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