Primeiro-ministro confirma dois encontros com ex-banqueiro.
O primeiro-ministro revela, nas resposta às perguntas colocadas pelos deputados da comissão de inquérito parlamentar ao BES, que aconselhou Ricardo Salgado a negociar o mais brevemente possível com os credores das empresas do Grupo Espírito Santo (GES). Passos Coelho reitera que só soube da intervenção no BES a 1 de agosto de 2014.
Passos Coelho confirmou aos deputados que teve dois encontros com o ex-banqueiro, em abril e maio. No primeiro, adianta o chefe de governo, Ricardo Salgado transmitiu apenas "a sua opinião geral sobre a evolução macroeconómica positiva do País", a que se somou um relato sobre "a sua apreensão pela forma como o Banco de Portugal vinha exercendo as suas funções de supervisão no que respeitava ao BES e à sua equipa de gestão". Só no segundo encontro Salgado foi direto ao assunto, procurando "o apoio do Governo para um plano de financiamento visando acudir o desequilíbrio económico-financeiro do GES".
Passos recorda, na missiva ao Parlamento, que o plano "pressupunha a disponibilização de linhas de financiamento de longo prazo suportadas por troca de ativos entre diversas entidades bancárias, particularmente a Caixa Geral de Depósitos (CGD)". "A ideia geral parecia ser a de dar mais tempo ao GES para gerir melhor a sua carteira de ativos, de modo a garantir uma valorização adequada desses ativos e, assim, fazer face às elevadas responsabilidades de curto e de médio prazo", descreve Passos.
O primeiro-ministro diz ter respondido a Salgado que tal plano, "no que respeitava ao Estado, não teria viabilidade". "Recomendei, em qualquer caso, que quanto mais cedo o GES iniciasse uma abordagem prática e direta com os seus principais credores, no sentido de organizar o eventual incumprimento, melhor seria para todos", descreve o chefe de Governo. E reforça: "Aconselhei Ricardo Salgado a tratar destas matérias com o governador."
Intervenção no BES
Sobre a intervenção do Banco de Portugal no BES, Passos Coelho garantiu: "A decisão de resolução do BES foi comunicada à ministra das Finanças no dia 1 de agosto". "Foi também nesse dia que a senhora ministra das Finanças me transmitiu tal decisão do Banco de Portugal", frisa.
Na carta aos deputados, o primeiro-ministro diz que no período crítico do BES, antes da medida de resolução, acompanhou Maria Luís Albuquerque em articulação com o vice-primeiro-ministro Paulo Portas, tendo também falado com o governador Carlos Costa sempre que tal era necessário.
Passos Coelho admite também, e pela primeira vez, ter conversado com o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, sobre a situação do BESA e a exposição do BES àquele banco angolano. O ex-líder da Sonangol ter-lhe-á dito que a questão estava "a ser tratada pelos bancos centrais nacionais diariamente".
Conversas com Ricciardi
Já sobre as conversas telefónicas tidas com José Maria Ricciardi, o presidente executivo do BESI e primo com o qual Ricardo Salgado se incompatibilizou, Passos Coelho adianta que Ricciardi lhe "exprimiu a sua incomodidade quanto aos desenvolvimentos sobre a situação do BES e do GES, os quais já eram do conhecimento público". Mas garante não ter desencadeado nenhum tipo de iniciativa após o contacto com o banqueiro.
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