A empresa TNC, em processo de insolvência, foi liquidada depois de o plano de viabilização apresentado pelos trabalhadores ter sido recusado pela maioria dos credores, incluindo o que votou por escrito após a assembleia de cinco de Dezembro.
Na decisão do Tribunal do Comércio de Lisboa, a que a Agência Lusa teve acesso, a juíza sustenta a liquidação da empresa com o facto de o plano de viabilização "não ter recolhido mais de dois terços da totalidade dos votos na assembleia de credores", obrigatórios para que fosse aprovado.
Há cinco meses que os 125 trabalhadores da Transportadora Nacional de Camionagem (TNC) lutavam pelo emprego. Nesse período reuniram-se várias vezes no Ministério da Economia e efectuaram seis marchas lentas em direcção a Lisboa, cinco delas até ao Campus da Justiça, onde chegaram a pernoitar no interior dos camiões.
"Iremos fazer tudo para que os trabalhadores, no mínimo, vejam garantidos os seus direitos, sendo que a única alternativa que lhe deixaram foi o da indemnização e o do desemprego", lamentou Anabela Carvalheira, do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos (STRUP), à Lusa.
No entender da dirigente sindical este desfecho deve-se "à inoperância da Justiça durante todo o processo" e ao Governo que "face a todos os problemas económicos, afirmou em Julho a viabilidade da empresa, mas nada fez para impedir o seu encerramento".
Após a assembleia de credores de 5 de Dezembro, não foi tomada uma decisão final sobre o futuro da empresa, já que um dos principais credores pediu para votar por escrito, tendo dez dias para o fazer. Assim como a maioria dos credores, votou contra o plano de viabilização da TNC e ajudou à liquidação da transportadora de Alverca.
Desde Julho, início da luta dos trabalhadores, foram várias as reuniões no Ministério da Economia sem resultados práticos. Além disso, os camionistas efectuaram, em protesto, seis marchas lentas em direcção a Lisboa, cinco delas com destino ao Campus da Justiça, onde chegaram a pernoitar no interior dos camiões.
A última marcha lenta em direcção ao Campus da Justiça partiu da sede da TNC, em Alverca, a 30 de Setembro, com cerca de 40 camiões. As viaturas ficaram ali até à noite de 12 de Outubro.
De surpresa, nessa madrugada, mais de duas centenas de polícias executaram uma operação de arresto dos camiões estacionados no local e na sede da empresa, em coordenação com o administrador de insolvência. Poucas horas depois do reboque, era conhecida a decisão da juíza do Tribunal de Comércio de Lisboa a suspender a liquidação da TNC e a marcar nova assembleia de credores para 5 de Dezembro.
A situação gerou polémica, o que obrigou o Conselho Superior da Magistratura a emitir um comunicado em que justificou a "legalidade do arresto dos camiões", apesar dos protestos dos trabalhadores.
Duas semanas mais tarde, na madrugada de 28 de Outubro, a PSP repetiu a operação nocturna e rebocou mais cinco camiões da sede da empresa.
Com um sentimento de impotência, os trabalhadores decidiram, no plenário de 3 de Novembro, abandonar a luta e esperar pela realização da assembleia de credores de cinco de Dezembro, que votou a liquidação da TNC e atirou 125 para o desemprego.
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