Fisco exige 503 mil aos irmãos Rocha

O império das casas de diversão nocturna dos irmãos Rocha (filhos do ex-presidente do Sporting, João Rocha) está a ser demandado pela Administração Fiscal. Segundo apurou o CM uma dívida de IVA superior a 503 mil euros, correspondente aos anos de 2002 e 2003, levou à abertura de dois processos de execução fiscal que culminaram na penhora da posição contratual que a empresa CHR – Promoção Espectáculos Animação Cultural e Restauração tem nas discotecas Kremlin e Kapital, bem como nos restaurantes Kais e Rodízio Grill.

20 de maio de 2007 às 13:00
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Existem dois processos distintos; o primeiro responde por uma dívida de IVA no valor de 100 350 euros e executa a posição contratual que os irmãos Rocha têm no Kremlin (uma concessão que teve o seu início em Abril de 2003 e que termina em Abril de 2008). Para além dessa posição, será também vendido o recheio do Kremlin, com toda a mobília e a aparelhagem de som.

No segundo processo, também por dívidas de IVA, o montante é de 403 425 euros e os estabelecimentos executados são os restaurantes Kais e Rodízio Grill e a discoteca Kapital. O valor-base, calculado nos termos do Código do Processo e Procedimento Tributário é de 5600 euros. Também o recheio daqueles estabelecimentos será vendido, de modo a assegurar o pagamento da dívida. O Correio da Manhã tentou ontem entrar em contacto com os responsáveis do Grupo K, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter qualquer esclarecimento.

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ESTABELECIMENTOS POLÉMICOS

São várias as polémicas que envolveram os dois mais emblemáticos estabelecimentos nocturnos dos irmãos Rocha. A última relacionou-se com a falta de licenças de utilização e obrigou o provedor de Justiça a emitir uma recomendação datada de 21 de Setembro de 2006. Nesse documento, Nascimento Rodrigues recomendava ao presidente da Câmara de Lisboa o encerramento do Kremlin e da Kapital, “por se manterem abertos ao público sem licença de utilização”.

O provedor invocava também, em defesa da sua decisão, “os riscos para a segurança de pessoas e bens”, o “tratamento privilegiado de que beneficiam perante outros estabelecimentos congéneres” e a “indulgência já larga e longamente cedida pelas autoridades aos responsáveis pela actividade, a fim de regularizarem a situação”. Os responsáveis do Kremlin contestaram as intenções de fecho do estabelecimento e o presidente da Câmara, Carmona Rodrigues (à semelhança do que aconteceu durante a presidência de João Soares e Santana Lopes), decidiu-se pela manutenção em funcionamento.

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176 Trabalhadores, entre efectivos e com contrato a termo certo, trabalham nos quatro estabelecimentos agora executados pelo Fisco.

27 de Maio é o dia em que o 8.º Bairro Fiscal vai proceder à venda judicial dos bens do Grupo K.

ESCADINHAS DA PRAIA

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Foi em 22 de Dezembro de 1988 que nas Escadinhas da Praia, em Lisboa, se inaugurou o Kremlin.

ARMAZÉM

Foi em 1993 que um velho armazém localizado na Avenida 24 de Julho se transformou num dos espaços mais badalados da década de 90. A Kapital conjuga dois ambientes distintos.

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