Ricardo Salgado lava milhões de Sócrates
Empresa servia para pagamentos ao clã Espírito Santo.
A sociedade Espírito Santo (ES) Enterprises, uma offshore considerada um verdadeiro ‘saco azul’ por onde passavam os pagamentos que o clã Espírito Santo não queria que fossem revelados, serviu para esconder e redistribuir os 23 milhões de José Sócrates.Segundo a carta rogatória enviada pelo Ministério Público para Angola para constituir arguido o ex-presidente da ESCOM, Hélder Bataglia, "uma parte significativa dos fundos que remanescem nas contas em causa, num total de cerca de 15 milhões de euros, tiveram a sua origem última em contas tituladas pela entidade ES Enterprises, que se indicia ter integrado o ex-grupo GES, mas de forma não consolidada, em sede contabilística". Diz ainda o MP que o dinheiro transitou previamente por contas controladas pelo suspeito Bataglia".
A ES Enterprises não apresentava contas com as restantes empresas do GES, precisamente para que a sua existência não fosse detetada pelos auditores.
Na investigação ao caso BES, a Justiça identificou várias transferências entre a ES Enterprises e a Green Emerald, offshore de Hélder Bataglia, e também para a Savoices, uma offshore de Ricardo Salgado, que revelaram indícios de recebimento de comissões indevidas.
No processo Marquês, o MP determinou que chegou à ES Enterprises, através de Hélder Bataglia, um bolo de 12 milhões de euros. Essa seria a comissão paga pelo ex-presidente da ESCOM, pelo empréstimo concedido pela Caixa Geral de Depósitos (194 milhões de euros) para a construção do empreendimento de Vale do Lobo.
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