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Homem casado doa esperma a casais inférteis e já tem 65 filhos

Homem de 62 anos tem ainda mais 14 filhos a caminho e pretende chegar aos 100.

22 de maio de 2018 às 14:21

Um homem, de 62 anos, casado e feliz, usa o tempo livre que tem da reforma para dar prazer a si mesmo. O objetivo? Ajudar mulheres ou casais que não possam recorrer a clínicas de doação de esperma a terem filhos.

Clive foi professor de matemática, tem três filhos com a mulher, nove netos, e 65 filhos fruto do seu trabalho alternativo. Tem mais 14 a caminho e a meta são os 100 filhos através da doação de esperma.

O antigo professor de matemática do Reino Unido não está ligado a nenhuma clínica e será um dos protagonistas de um novo documentário sobre doadores de esperma com o nome "Super dadores de esperma". A equipa de filmagens vai acompanhar a jornada de Clive pelo Reino Unido na sua carrinha.

O dador de esperma não aceita qualquer tipo de pagamento pelo "serviço"- aceitar uma taxa seria ilegal – e viaja de sua casa em Burton até à casa da mulher ou do casal que receberá o sémen, seja a 30 minutos de distância ou a várias horas.

Quando chega ao destino, estaciona numa rua próxima, vai para a parte de trás da carrinha e enche uma seringa antes de entregar a sua "doação" para que esteja ainda quente.

De acordo com o jornal The Sun, Clive não dá o seu apelido. "Dou-lhes a seringa e falo com eles durante cinco a dez segundos e faço um pouco de conversa fiada. Eles costumam estar nervosos e é apenas uma maneira de os deixar à vontade", revela Clive.

"Fazer isto numa carrinha faz com que haja menos envolvimento e menos apego emocional", acrescenta.

O antigo professor de matemática faz questão de manter distância entre ele e as mulheres, com quem ele comunica via e-mail várias vezes antes de se encontrar.

Apesar de a intenção ser boa, o reformado corre o risco de ser denunciado às entidades responsáveis pois não estando associado a uma clínica pode ser considerado o pai legal das crianças. Para se precaver, Clive usa a carrinha de forma a, se for necessário, mitigar quaisquer alegações de que ele seja mais do que um doador.

"Qualquer uma das mulheres pode denunciar-me à Agência de Apoio à Criança no futuro e pedir pensão de alimentos pelas crianças. Isso nunca aconteceu, mas é outro dos motivos pelo qual uso a minha carrinha", alega o dador.

Clive afirma que o faz apenas para ajudar os outros, mas confessa-se orgulhoso dos seus, futuramente, 79 filhos. "Muitas pessoas dizem: ‘Muito obrigado, Clive, realmente mudou as nossas vidas", revela.

A mulher já não acha tanta piada à ocupação do marido.

"Ela sabe disto, mas não gosta. Inicialmente não lhe contei e havia algumas mentiras sobre o local para onde me dirigia. Uns meses depois, decidi abordar o assunto. Eu pensei que ela ia gostar, então durante uma refeição eu falei sobre me tornar um doador de esperma", começa por contar o reformado.

"Ela disse-me que sabia o que estava a fazer quando viu as mensagens [e-mails trocados entre Clive e as recetoras do esperma]. Saber que ela sabia facilitou a minha vida", confessa.

Sobre os três filhos que tem com a mulher, o homem afirma: "Estão cientes disso. Eu também tive que lhes dizer quantos filhos eu gerei".

A ideia de se tornar dador de esperma

Clive tornou-se um doador de esperma em 2013, mas a ideia surgiu cerca de dez anos antes, quando leu as histórias dos outros dadores.

O antigo professor de matemática afirma que inicialmente ficou preocupado que, ao tornar-se um doador após o 50º aniversário, o esperma não pudesse ser usado. Existem pesquisas que afirmam que a qualidade do esperma pode piorar após os 35 anos de idade.

O homem procurou doar através de uma clínica, mas nenhuma aceitou o sémen pois tinha mais de 45 anos.

"Decidi colocar um anúncio no Facebook. Sou um homem saudável e muito ativo. Não tenho condições médicas de longo prazo que eu conheça. O meu pai teve um tumor no cérebro e falo sempre com as pessoas sobre isso se eles me perguntarem se há algum histórico de doença na minha família", revela.

Após o anúncio, Clive foi inundado com mensagens de mulheres interessadas.

"Cerca de dois terços das pessoas que ajudei são casais do mesmo sexo. Os outros são casais heterossexuais e alguns são solteiros", conta o dador de 62 anos.

Em média, faz 16 doações por mês, mas apenas algumas levam a uma gestação.

O pai de 79 filhos, 14 ainda estão em gestação, afirma que o seu único objetivo é ajudar e sente-se feliz com o seu "trabalho".

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