3I/ATLAS, o cometa rebelde que desafiou a ciência
Nunca um corpo celeste foi tão estudado e vigiado. Tudo é estranho no 3I/Atlas e nem todos estão convencidos de que se trata de um cometa. Será?
Nunca o espaço foi tão vigiado. Nunca um objeto foi tão estudado. Detetado em julho, no Chile, por um dos quatro telescópios que compõem o projeto ATLAS – sistema de alerta que monitoriza asteroides e cometas – começou por se perceber que se deslocava a uma velocidade alucinante (221 mil k/h) e não fazia parte do nosso sistema solar, tendo ‘nascido’ antes da Terra, entre 5 e 7 mil milhões de anos.
Apesar de ser o terceiro corpo celeste interestelar a cruzar o nosso horizonte, depois do Oumuamua (2017) e do Borisov (2019), e daí o nome, 3I/ATLAS, o seu comportamento e a composição causaram perplexidade, mesmo depois de a NASA garantir que se tratava de um cometa. Desafiando as leis da física, com acelerações inesperadas, não gravitacionais, e estranhas desacelerações, desenvolvendo órbitas incomuns, o 3I/ATLAS também surpreendeu pela sua composição química.
Observações feitas a partir do telescópio James Web relevaram a presença de oito vezes mais dióxido de carbono do que água, bem como a libertação de grandes quantidades de níquel e a quase ausência de ferro, uma anomalia, segundo os cientistas, que também ficaram intrigados com a chamada anticauda (projeção de poeiras em direção ao sol, quando deveria ser o contrário).
Embora tratando-se de um corpo celeste fascinante, a comunidade científica foi esclarecendo todos os mistérios, mas houve quem não ficasse convencido, admitindo tratar-se de um objeto alienígena. E as ‘teorias na conspiração’ não surgiram de ‘curiosos’, mas de figuras respeitáveis, como o conceituado astrofísico Avi Loeb, professor da Universidade de Harvard. Num universo infinito, faz sentido que exista vida algures. Falta saber onde estão os ‘outros’, mas, apesar do 3I/ATLAS ser um objeto intrigante e inquietante, ainda não foi desta que tivemos a resposta.
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