Candidato Nuno Cardoso considera Terminal Intermodal de Campanhã no Porto "ridículo"
Nuno Cardoso salientou "a quantidade de erros e de incapacidade" da infraestrutura.
O cabeça de lista da Porto Primeiro, Nuno Cardoso (NC/PPM), disse este sábado à Lusa que o Terminal Intermodal de Campanhã "é ridículo" e que "está tudo mal" na infraestrutura tirando o paisagismo, defendendo que deveria ser mais funcional.
"Parece-me que está tudo mal. De facto, a única coisa que está bem é o paisagismo, quando o fundamental era que funcionasse o terminal rodoviário. A cidade esperou mais de 30 anos por este terminal, e efetivamente este terminal é ridículo", disse hoje à Lusa no cais de embarque do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC).
Nuno Cardoso salientou "a quantidade de erros e de incapacidade" da infraestrutura, considerando que o terminal "não foi dimensionado para aquilo que era necessário", com um "número de cais insuficiente".
"O parque de estacionamento dos automóveis tem, pasme-se, a mesma entrada dos autocarros. Isso é um erro de palmatória, primário mesmo. Qualquer aluno reprovaria se fizesse uma proposta destas. Isto é um acumular de erros e de arquitetura péssima", disse o candidato à Câmara do Porto.
O edifício até pode ter "prémios da arquitetura", mas na opinião de Nuno Cardoso "o rei vai nu, porque a primeira função da arquitetura é que funcione, não é que seja bonito".
"Isto vai ter que ser tudo reanalisado, há uma falta tremenda de estacionamento", num terminal que é multimodal, defendendo que este seja "de grande dimensão que seja dissuasor para a entrada na cidade e que permita todas as funções: das pessoas que querem apanhar o comboio para ir a Lisboa ou o metro para o centro do Porto".
Nuno Cardoso propõe "um grande silo-auto e, ao mesmo tempo resolver o acesso" ao atual parque de estacionamento, que considera também "absolutamente ridículo", bem como "reconfigurar a gare de autocarros e dar-lhes mais dimensão".
"Tudo isto é um erro absurdo, é muito triste, de facto, o investimento que aqui foi feito e a propaganda que se faz de uma obra miserável, que não tem, de facto, os mínimos para poder ser qualificada", frisou.
O Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), no Porto, separará os fluxos de entradas e saídas, ao contrário do que acontece atualmente, e terá um parque de apoio para autocarros e ligeiros em São Roque, divulgou a STCP Serviços em julho.
Terá lugar "a reestruturação das entradas e saídas de viaturas no terminal", em que "todas as entradas (ligeiros e autocarros) passarão a ser feitas a sul e as saídas a norte" (para os ligeiros através de uma nova saída do parque de estacionamento), e "a deslocação da zona de controlo de acesso dos autocarros ao cais, de modo a não impactar a circulação na zona da rotunda do edifício".
No âmbito da reformulação dos cais de embarque, haverá 18 "com disposição distinta", mas que já não obrigarão ao atravessamento do terminal, e será reforçada "a área pedonal e zona de espera dos passageiros", que passa "de 968 m2 [metros quadrados] para 1.612 m2".
O TIC custou 13,2 milhões de euros, dos quais 8,5 milhões financiados pelo programa de fundos europeus Norte 2020.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se em 12 de outubro.
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