Carlos Moedas apela ao voto nas autárquicas e ouve lamentos sobre habitação e lixo em Lisboa

Houve casos em que o autarca disse que o problema está "quase resolvido" e outros em que pediu à sua comitiva para anotar.

05 de outubro de 2025 às 17:39
Carlos Moedas confiante na reeleição em Lisboa após contacto com eleitores Foto: Luís Manuel Neves
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Entre abraços, beijos e até danças, ao som de música popular portuguesa, o recandidato a presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, percorreu este domingo a Feira das Galinheiras e ouviu os problemas da população, desde a habitação ao lixo.

"Isto é uma zona em que há pessoas que têm muitos problemas e que nós resolvemos um a um. Resolvemos e falamos com as pessoas", afirmou Carlos Moedas, atual presidente da Câmara e recandidato pela coligação "Por ti, Lisboa", que junta PSD, CDS-PP e IL.

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O candidato às eleições autárquicas de dia 12 falou aos jornalistas no meio de uma ação de campanha na Feira das Galinheiras, já depois de ter ouvido alguns munícipes a queixarem-se de problemas quanto à habitação municipal, elevadores e lixo: "Há 18 anos que estou à espera de uma casa. Só peço um T0"; "Com 74 anos, moro num 5.º andar sem elevador"; "Senhor presidente, não deixe o lixo amontoar por favor. Aqui nas Galinheiras é uma vergonha".

Houve casos em que Carlos Moedas disse que o problema está "quase resolvido" e outros em que pediu à sua comitiva para anotar.

Ao entrar nesta feira, na freguesia de Santa Clara, Carlos Moedas foi confrontado com um morador: "Você tem uma série de obrigações que não as faz e diz que faz e não faz nada".

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Essas críticas não abalaram a comitiva da campanha "Por ti, Lisboa", que seguiu animada, com música popular, percorrendo as várias bancas da feira, da fruta e legumes ao vestuário.

No percurso, o autarca do PSD não se cruzou com a candidata de PS/Livre/BE/PAN à presidência da Câmara de Lisboa, Alexandra Leitão, que também esteve em campanha nesta feira, mas encontrou a comitiva do Volt, encabeçada por José Almeida, que cumprimentou.

Aos feirantes, Carlos Moedas ia lembrando a redução de 30% no valor das taxas das feiras municipais durante o atual mandato. Houve quem respondesse: "Cumpriu com a sua palavra, mas tem de fazer mais um bocadinho, porque isto não está muito fácil".

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Reencontrando pessoas com quem se cruzou na campanha de 2021, que também passou pela Feira das Galinheiras, o social-democrata ouviu de uma feirante: "Da outra vez eu disse-lhe 'vamos ganhar e ganhámos'." A mesma pessoa deu-lhe força para ir "em frente", mas preferiu não dizer quem ganha este ano.

Uma outra comerciante começou por lhe dizer "que ganhe o melhor", passando para "boa sorte" e acabando com "vai ganhar de certeza".

À procura de "mais um voto" para ganhar as eleições e continuar a ser presidente da Câmara, Carlos Moedas abraçou, beijou, tirou 'selfies', dançou e deu 'show' nas Galinheiras ao fazer a coreografia da música popular "Põe a mão na cabecinha".

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"Gosto muito de si, gosto da sua maneira, é popular", manifestou uma munícipe, ao que o social-democrata respondeu: "É o que eu sou, sem tirar nem pôr".

Dirigindo-se ao candidato, um reformado queixou-se de "30 anos a ser explorado pela Câmara de Lisboa", manifestando-se "revoltado com este país e com os políticos todos".

Um outro munícipe contou que está sob ordem de despejo de uma habitação municipal: "Estive cinco anos em que não paguei as rendas, porque estive preso. Como posso pagar a renda?" Apesar de se tratar de um assunto privado, o candidato assegurou: "Você não fica na rua, obviamente. Já pagou o que tinha a pagar e agora está de novo, é um homem novo".

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"Você esteve cá há quatro anos e ganhou as eleições. Sabe porquê? [...] Pus uma galinha preta virada para você ganhar. Agora não, agora não vou pôr galinha", expressou um feirante, lembrando Carlos Moedas da promessa de um porco assado, que continua por cumprir desde 2021, e afirmando que a redução das taxas "não foi só" da sua responsabilidade.

Considerando que a candidatura de PS/Livre/BE/PAN, a que intitula de "aliança do Bloco da Esquerda com o Partido Socialista mais radical", não tem projeto para cidade e "apenas" pretende derrubar o atual presidente da Câmara, o social-democrata descartou possíveis entendimentos com o partido Chega no caso de ganhar e se tiver de governar em minoria: "É um partido que me ataca constantemente, que me fez uma moção de censura, portanto não há qualquer coligação com esse partido".

Além de Carlos Moedas(PSD/CDS-PP/IL), concorrem à Câmara de Lisboa nas próximas eleições autárquicas Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).

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