Candidata socialista à Câmara de Lisboa afirmou que a higiene urbana da cidade está "mal gerida" e que Lisboa "nunca foi tão suja e nunca cheirou tão mal" como agora.
A cabeça de lista de PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas, Alexandra Leitão, responsabilizou o atual presidente da autarquia e recandidato, Carlos Moedas (PSD), pela degradação da cidade, tendo este remetido para a governação socialista.
"Não conseguimos corrigir em quatro anos os erros de 14 anos", afirmou o social-democrata Carlos Moedas, em resposta às críticas da socialista Alexandra Leitão sobre o estado de degradação da cidade de Lisboa, desde a higiene urbana à segurança.
Como candidatos à presidência da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro, ambos falavam no âmbito de um debate, organizado pela SIC, na segunda-feira à noite, que contou também com João Ferreira (CDU-PCP/PEV) e Bruno Mascarenhas (Chega).
Alexandra Leitão afirmou que a higiene urbana da cidade está "mal gerida", porque Lisboa "nunca foi tão suja e nunca cheirou tão mal", propondo a recolha sete dias por semana, uma central de lavagem de contentores e um estudo de carga sobre esta matéria.
Sobre este tema, Carlos Moedas respondeu com fotografias de 2014 de lixo na freguesia da Misericórdia.
Bruno Mascarenhas, do Chega, considerou que o problema tem a ver com a "falta de qualidade dos autarcas na gestão" da higiene urbana, inclusive "os 'boys' do PSD", partido que, disse, apresenta candidatos vindos de Oeiras e que não percebem o que se passa na cidade de Lisboa.
Da CDU, João Ferreira considerou que as competências na higiene urbana, partilhadas entre a câmara e as 24 juntas de freguesia, estão "mal distribuídas", sendo necessário reequacionar o modelo.
Sobre mobilidade, Alexandra Leitão defendeu uma resposta equilibrada, em que há lugar para o automóvel, são reforçados os transportes públicos e há "uma cidade mais amiga dos peões".
João Ferreira comprometeu-se em reforçar as condições de pedonalização, duplicar o orçamento da empresa municipal Carris, uma medida com um custo de 100 milhões de euros, menos de metade do valor que a câmara prescinde com a devolução de IRS aos munícipes, e exigir que a linha circular do Metropolitano funcione em sistema de laço.
Bruno Mascarenhas apontou a necessidade de acabar com parte das ciclovias, "para dar fluidez ao tráfego na cidade".
Quanto à segurança, Alexandra Leitão considerou que é um conceito muito amplo, que vai desde ter iluminação pública a fazer um estudo de carga sobre as infraestruturas da cidade para perceber se são seguras, numa alusão ao acidente com o elevador da Glória.
A socialista defendeu que a insegurança se resolve com menos degradação do espaço público, menos lixo e mais iluminação, assim como com a instalação das 217 câmaras de videovigilância que o anterior executivo do PS deixou licenciadas e o reforço de meios da polícia municipal.
Em resposta, Carlos Moedas disse que, em 2021, o serviço de iluminação tinha uma equipa de 16 pessoas, que está a ser duplicada, e afirmou que a câmara já criou todas as condições para atrair mais elementos para a polícia municipal, que passou de 600 para 412 operacionais, apesar de insistir no reforço junto do Governo.
Bruno Mascarenhas apoiou a ideia de aumento da polícia municipal e considerou que o reforço de elementos ainda não chegou porque Carlos Moedas "não se impôs".
Para João Ferreira, é crucial ter esquadras de proximidade na cidade, numa dimensão preventiva da segurança, uma vez que as câmaras de videovigilância têm um efeito dissuasor "muito limitado", e que a polícia municipal não deve desviar-se da função que lhe compete.
Em relação à imigração, Alexandra Leitão defendeu a necessidade de garantir segurança e integração e João Ferreira realçou a importância de Lisboa ser uma cidade aberta e inclusiva.
Carlos Moedas disse que a câmara tem "aumentado muito a fiscalização" quanto ao alojamento de imigrantes sem condições dignas, mas recusou "ir para os extremos" e criar fricção na sociedade, defendendo uma política de imigração que dê ao país a capacidade de escolher que tipo de trabalhadores necessita.
O candidato do Chega acusou o social-democrata de ter estado quatro anos a apelar à vinda de imigrantes, inclusive ao dizer que Lisboa é uma cidade multicultural, e afirmou que a capital não precisa de ter pessoas em casas sobrelotadas e "negócios de fachada que prejudicam a economia portuguesa".
Concorrem à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro: Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
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