Rui Tavares quer autarcas "rijos" e a mostrar que Livre "é decisivo"

Deputado pediu "alegria" aos seus militantes, afirmando que é possível fazer política com "beleza", e rejeitando "mártires".

10 de outubro de 2025 às 23:45
Rui Tavares Foto: João Matos/Lusa
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O porta-voz do Livre, Rui Tavares, pediu esta sexta-feira a eventuais futuros eleitos que sejam "rijos" e mostrem que o partido "é decisivo" para virar o atual panorama político, após o crescimento da direita nas últimas legislativas.

"Eu quero que as pessoas digam uma coisa muito simples agora, daqui a uns meses, daqui a um ano: estamos a dar a volta a isto e estamos a dar a volta a isto porque o Livre é decisivo", disse Rui Tavares, no discurso de encerramento da campanha do partido para as autárquicas de domingo, em Gondomar, distrito do Porto.

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Numa intervenção de cerca de 30 minutos, o porta-voz do Livre antecipou que nas próximas eleições autárquicas o seu partido terá candidaturas em "praticamente todos os municípios" do país, 308 -- sendo que atualmente se apresenta com 49 candidaturas.

Tavares manifestou-se confiante de que o partido "vai ganhar concelhos" nestas eleições e "presidir a freguesias", como Areeiro, Alvalade e Avenidas Novas, em Lisboa, que o Livre quer apresentar como modelo.

"Habituem-se a isto quem ainda não tiver percebido: o Livre é um partido autárquico, essa é a nossa matriz, é a natureza dos partidos verdes europeus como o nosso", insistiu, ideia que foi repetindo ao longo da campanha.

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Falando para uma plateia com muitos candidatos do Livre no distrito do Porto, Tavares pediu aos eventuais futuros eleitos que sejam "rijos com um sorriso".

"Vocês a partir de domingo, ao serem eleitos, vão ter que ser rijos algumas vezes. Vai haver algumas conferências de líderes na Assembleia Municipal onde vão tentar dar-vos menos tempo de palavra, reuniões mais difíceis, onde vão tentar fingir que vocês não existem e aí vocês têm que ser rijos, com um sorriso, mas serem chatos", aconselhou Tavares.

O líder do Livre quer que os portugueses sintam que fazem parte de um "movimento vitorioso" e rejeitou que os eleitores de esquerda andem "cabisbaixos" ou "tristes" no atual contexto político, depois de uma viragem à direita nas legislativas de maio.

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O deputado pediu "alegria" aos seus militantes, afirmando que é possível fazer política com "beleza", e rejeitando "mártires".

"Não se atrai ninguém se estivermos a dizer «os próximos anos vão ser difíceis, vem resistir connosco»", considerou.

Tavares salientou ainda que o Livre "é um partido que fala a partir de um lugar que é assumido e que nunca enganou ninguém".

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"Somos um partido do meio da esquerda. Somos um partido libertário, ecológico, europeísta. Somos um partido progressista mas não falamos para nichos. Nós falamos para toda a gente e nós vamos construir maiorias porque a maioria das pessoas neste país reveem-se nestes valores", afirmou.

Antes, o candidato do Livre ao Porto, Hélder Sousa, defendeu que o Livre se tornou "numa força absolutamente inevitável no poder autárquico local e no futuro de cada cidade do país".

Já o cabeça-de-lista à Câmara de Gondomar, Leonardo Soares, deixou críticas à IL por colar o Livre a "ideias radicais" que definiu como sendo apenas "direitos humanos" básicos.

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Além das bandeiras verdes e com papoilas que foram empunhadas pelos militantes presentes no espaço ao ar livre, duas bandeiras da Palestina estavam penduradas de um dos lados do palco, simbolizando a solidariedade do Livre com a causa palestiniana.

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