Porta-voz do Livre criticou fortemente as escolhas do executivo do ponto de vista fiscal, insurgindo-se contra a possibilidade de a classe média vir a pagar mais IRS.
O porta-voz do Livre defendeu esta sexta-feira que o primeiro-ministro "não é um político que leva a peito a justiça social" e criticou a política fiscal do executivo, considerando que a proposta orçamental para 2026 está "despida de empatia".
"É um orçamento com uma marca de justiça social? Não é. E Montenegro não é um político que leva a peito e a sério a política social. O que eu tenho visto é um PSD que governa para pessoas que são parecidas com as elites que já estão no próprio PSD", criticou Rui Tavares.
O deputado falava à margem de uma ação de campanha para as autárquicas de domingo em Queluz-Belas, concelho de Sintra, Lisboa, altura em que foi questionado sobre as declarações do primeiro-ministro naquele concelho, defendendo que a proposta de Orçamento do Estado para 2026 traz "um enorme esforço de justiça social", mantendo "um exercício orçamental equilibrado".
Para Rui Tavares, justiça social "não é a marca de Luís Montenegro nem da AD", (coligação que juntou PSD e CDS-PP, partidos que governam), e defendeu que a proposta de Orçamento do Estado para 2026, entregue na quinta-feira no parlamento, "continua a pedir um esforço muito maior aos trabalhadores".
O porta-voz do Livre criticou fortemente as escolhas do executivo do ponto de vista fiscal, insurgindo-se contra a possibilidade de a classe média vir a pagar mais IRS mas também contra a atual taxa do IVA.
"Não nos podemos esquecer que depois toda a classe trabalhadora e todos os mais pobres pagam o IVA, e o IVA que continua a não descer, algo que nos parece uma questão de uma injustiça que está há tanto tempo para ser corrigida", lamentou, lembrando que a subida deste imposto para 23% "é uma medida pré-troika, ainda de José Sócrates".
Tavares manifestou-se "espantado" que nunca ninguém tenha proposta a redução da taxa máxima, considerando que este imposto "faz do país um país mais injusto socialmente", apesar de existir uma taxa reduzida.
"Eu acho que um governo com sensibilidade social faria por diminuir, faria por pôr o IVA na média europeia, porque aí é que estamos em cima da média", criticou.
O porta-voz do Livre criticou ainda a descida do IRC, insistindo que não vai beneficiar as pequenas e medias empresas mas sim as "enormes", e questionou ainda se o IRS Jovem beneficia mesmo os mais jovens ou apenas os que mais têm, insistindo na proposta do Livre de criação de uma "herança social".
Quanto a Sintra, Tavares considerou que o concelho "tem um peso nacional" e que Ana Mendes Godinho "deu um exemplo de como se faz campanha".
Se Ana Mendes Godinho está de um lado, do outro, "está um outro modelo de exercício da política que é o modelo de facto de Pedro Passos Coelho, que é juntar uma direita que já está radicalizada à extrema direita", afirmou, depois de o antigo primeiro-ministro social-democrata ter participado em algumas ações de campanha do adversário no concelho Marco Almeida.
O porta-voz do Livre participou esta manhã numa arruada junto ao secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, que teve início na estação de comboios de Queluz-Belas, e na qual também estiveram o cabeça de lista à Assembleia Municipal pela coligação, João Soares, e o antigo ministro Duarte Cordeiro, que se afastou da vida política ativa, assim como o fundador do PS Arons de Carvalho.
Concorrem à Câmara de Sintra Ana Mendes Godinho (PS/Livre), Marco Almeida (PSD/IL/PAN), Pedro Ventura (CDU, coligação PCP/PEV), Maurício Rodrigues (CDS-PP/PPM/ADN), Rita Matias (Chega), Tânia Russo (BE) e Júlio Gourgel Ferreira (ND).
Atualmente, o executivo, presidido por Basílio Horta, que cumpriu três mandatos e não se pode recandidatar, é composto por cinco eleitos do PS, três do PSD, um do CDS-PP, um da CDU e um independente (ex-Chega).
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