Tavares diz que Livre é "partido autárquico" e já se posiciona como quarta força nacional
Rui Tavares sustentou a tese de que o Livre não se limita à sua representação no parlamento, apesar de ter apenas oito autarcas eleitos pelo país.
O porta-voz do Livre defendeu este sábado que o seu partido tem uma natureza autárquica, que não se esgota no parlamento, e usou a corrida no Porto para antecipar que será a quarta força nacional.
"O Livre é um partido autárquico, não se esqueçam disso. Não se enganem porque pode passar aquela ideia, até de experiências passadas e de outros partidos, que o Livre seja um partido que se faz a partir da Assembleia da República e que o resto é um bocadinho uma espécie de passatempo, uma coisa colateral", salientou Rui Tavares, num jantar-comício no Porto, no âmbito das eleições autárquicas de dia 12.
Numa intervenção de cerca de vinte minutos, no evento que até agora mobilizou mais militantes, à volta de uma centena, Rui Tavares tentou sustentar a tese de que o Livre não se limita à sua representação no parlamento, apesar de ter apenas oito autarcas eleitos pelo país.
Tavares recuou a 2021, ano das últimas autárquicas e período conturbado para o partido, que tinha ficado sem representação na Assembleia da República quando Joacine Katar Moreira passou à condição de não inscrita.
Nessa altura, quando "ninguém dava um centavo pelo Livre", disse, Tavares chegou a vereador na Câmara Municipal de Lisboa e Isabel Mendes Lopes assumiu o mandato na Assembleia Municipal da capital.
"O Livre chegou à Assembleia da República a partir das autárquicas", afirmou, numa referência às legislativas de 2022, nas quais foi eleito como deputado único na Assembleia da República.
Na Associação de Moradores da Bouça, local emblemático para o partido no qual já foram organizadas várias noites eleitorais, Tavares usou a corrida no Porto para posicionar o Livre como quarta força política nacional.
De acordo com o deputado, o Porto está a ser "pioneiro" numa "luta a quatro" que "vai passar a ser determinante na política portuguesa".
Depois de uma sondagem recente ter colocado o Livre como potencial quarta força política naquele distrito, atrás de PSD, PS e Chega, Tavares considerou que este resultado demonstra um futuro panorama político nacional, com PS e PSD a representar "os dois partidos tradicionais que disputam o lugar um ao outro", e o Chega e o Livre como alternativas situados "em mundos completamente opostos".
Cabe ao Livre mostrar que é a alternativa para "quem está frustrado com a política" e não o Chega, continuou, considerando que a Iniciativa Liberal, atual quarta força política nacional, "é um partido que se decidiu deixar absorver pela direita".
Tavares colocou o Chega, "obcecado com os imigrantes", a IL, "com os funcionários públicos", e a AD (PSD/CDS), com "comprimir os direitos dos trabalhadores", no mesmo plano, considerando que são "indistinguíveis".
"Governam da mesma forma, com a mesma falta de empatia, com uns mais brutos na maneira de falar e mais agressivos e insultuosos, outros, se calhar, um bocadinho mais polidos e com umas palavras em inglês, mas não se distinguem e por isso são inúteis", acusou.
No Porto, para Tavares, "só há uma alternativa: é o Livre, é o Hélder Sousa, é levar a esquerda ecologista, progressista e humanista à Câmara Municipal", apelou.
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