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CDU exige medidas para garantir funcionamento de maternidades em Santarém e Abrantes

Coligação PCP/PEV considera que se trata de "um desastre há muito anunciado", atribuindo responsabilidades aos sucessivos governos do PS e do PSD/CDS-PP.

02 de outubro de 2025 às 17:38

O candidato da CDU à presidência da Câmara de Santarém, José Rui Raposo, exigiu esta quinta-feira medidas que garantam o funcionamento regular das urgências de maternidade nos hospitais de Santarém e Abrantes, alertando para o encerramento frequente destes serviços.

Durante uma ação de campanha junto ao Hospital Distrital de Santarém, foi distribuído também um comunicado em que a CDU reafirma o seu "repúdio perante a gravíssima situação dos blocos de partos e urgências de obstetrícia" no Serviço Nacional de Saúde, com especial destaque para os hospitais de Abrantes e Santarém.

A coligação PCP/PEV considera que se trata de "um desastre há muito anunciado", atribuindo responsabilidades aos sucessivos governos do PS e do PSD/CDS-PP, acusando-os de promoverem "um atentado à saúde maternoinfantil".

No documento, a CDU denuncia a instabilidade e os sucessivos encerramentos das urgências de maternidade como reflexo da falta de investimento e da carência de profissionais de saúde, alertando para os riscos acrescidos para grávidas e recém-nascidos.

"Há parturientes que são obrigadas a deslocar-se para Caldas da Rainha, Leiria ou mesmo Lisboa", alertou, considerando "inaceitável" a concentração dos serviços de maternidade numa única unidade hospitalar.

Para José Rui Raposo, esta opção "não resolve o problema" e "agrava as dificuldades dos utentes".

Além das urgências de maternidade, o candidato comunista apontou falhas nos cuidados primários no concelho, nomeadamente a escassez de médicos de família e outros profissionais de saúde, que afeta particularmente as freguesias rurais.

"Esta carência compromete o acompanhamento clínico, a prevenção da doença e sobrecarrega os hospitais com situações que poderiam ser resolvidas nos centros de saúde", sublinhou.

Para a área da saúde, a CDU propõe um plano de valorização das carreiras dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), "com melhores remunerações", "horários de trabalho mais equilibrados" e condições que permitam a fixação de médicos e enfermeiros no concelho.

"É preciso travar a sangria de recursos humanos para o setor privado, que recruta agressivamente, deixando o SNS em dificuldades", alertou.

José Rui Raposo defendeu também políticas complementares, como o acesso à habitação a preços acessíveis, como fator decisivo para atrair e fixar profissionais de saúde na região.

Sobre a articulação entre a Câmara Municipal de Santarém e a Unidade Local de Saúde da Lezíria, José Rui Raposo considerou que as competências atribuídas aos municípios no âmbito da descentralização na saúde são "muito limitadas" e que a sua capacidade de influência nas decisões estratégicas é "insuficiente".

"O município tem apenas um representante nos órgãos diretivos da Unidade Local de Saúde, o que nos parece manifestamente pouco para garantir que as especificidades locais sejam tidas em conta", afirmou o candidato da CDU.

Apesar de não ter representação no executivo municipal desde 2013, o candidato afirmou que a coligação tem feito "um trabalho contínuo junto das populações, mesmo fora dos períodos eleitorais", e que apresenta propostas em áreas como "transportes, cultura, património e acessibilidades".

O executivo municipal de Santarém é atualmente composto por quatro eleitos do PSD e quatro do PS, num acordo de governação que distribui pelouros entre os dois partidos. O Chega tem um vereador.

São candidatos à presidência da Câmara Municipal de Santarém o atual presidente da câmara, João Leite (Coligação PSD/CDS-PP), Pedro Ribeiro (PS), José Rui Raposo (CDU), Pedro Correia (Chega), Pedro Mendonça (coligação Livre/BE) e Rodrigue Devillet Lima (IL).

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