Além da falta de mão-de-obra e da dificuldade de ser agricultor numa ilha como a Madeira, estes produtores descreveram que se sentem "muito abandonados".
A candidata do Juntos Pelo Povo (JPP) à presidência da Câmara do Funchal defendeu esta quarta-feira ser necessário repensar a agricultura biológica no concelho, alertando para a falta de condições do mercado de venda destes produtos no centro da cidade.
"Tem que ser uma estratégia repensada, porque há mercado e pessoas que compram da agricultura biológica. Portanto, tem que se pensar numa forma condigna de estes produtos serem vendidos com a qualidade que têm e merecem, mas com outras condições de trabalho que aqui não tem", disse Fátima Aveiro numa ação de campanha para as eleições autárquicas de domingo.
Acompanhada pelo secretário-geral do partido, Élvio Sousa, por candidatos à principal autarquia da Madeira e às juntas de freguesia, no mercado biológico na Avenida Arriaga, a cabeça de lista apontou que o objetivo da iniciativa foi "conhecer a realidade da agricultura biológica e das poucas pessoas que se dedicam" a este tipo de produção.
Além da falta de mão-de-obra e da dificuldade de ser agricultor numa ilha como a Madeira, estes produtores descreveram, segundo a candidata, que se sentem "muito abandonados na forma e nas condições que têm" no mercado.
A montagem das estruturas em madeira no local, referiu Fátima Aveiro, exige muito esforço e "a maior parte dos vendedores são mulheres".
"A agricultura no Funchal é muito exígua, nem a Madeira produz quantidades nem sequer para o consumo interno", lamentou, referindo que o município tem "alguns incentivos, que são através das hortas urbanas".
Na sua opinião, a política de gestão desta área deve ser reavaliada se houver mais pessoas interessadas e espaços apropriados, com a criação de mais apoios, de acordo com a procura.
"Não podemos aumentar agricultura biológica se não houver vontade e agricultores que tenham gosto [...]. Nós não vamos criar mercados se não existirem agricultores e pessoas que gostem de fazer este tipo de atividade, que cada vez é mais difícil", ressalvou.
A intervenção da autarquia deve, para a cabeça de lista, ser complementar às políticas do Governo Regional, inclusive com a disponibilização de terrenos.
Sobre a campanha, Fátima Aveiro mencionou que o objetivo do JPP nesta reta final é "mostrar a sua força". Nas ações de campanha, as pessoas têm transmitido que "querem uma mudança no Funchal" e "já estão cansadas de muitos anos dos mesmos partidos, da mesma governação".
"Temos tido muita aceitação, confiança neste projeto, neste grupo de pessoas que são da sociedade civil, que têm as suas carreiras bem firmadas, que não provêm de estruturas políticas, à semelhança de outros partidos, e, sobretudo, estamos com muita vontade. Vamos pôr a render aquilo que melhor sabemos fazer ao serviço das pessoas", vincou.
Na Madeira, onde o PSD sempre liderou o executivo regional, o JPP tornou-se este ano a segunda força do arquipélago. O partido nasceu de um movimento de cidadãos que retirou a Câmara de Santa Cruz ao PSD em 2013 e em 2015 -- ano da sua formalização -- chegou ao parlamento regional.
O atual executivo do Funchal, chefiado por Cristina Pedra, é composto por seis eleitos da coligação PSD/CDS-PP e cinco sem pelouro da coligação Confiança, liderada pelo PS.
O JPP não tem representação nos órgãos do município.
Candidatam-se ao executivo Paulo Azevedo (Nova Direita), Mónica Freitas (PAN), Marta Sofia (Livre), Luís Filipe Santos (Chega), Rui Caetano (PS), Miguel Pita (ADN), Fátima Aveiro (JPP), Raquel Coelho (PTP), Válter Rodrigues (MPT), Jorge Carvalho (coligação PSD/CDS-PP), Ricardo Lume (CDU -- coligação PCP/PEV), Sara Jardim (IL), Liana Reis (RIR) e Dina Letra (BE).
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