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Raimundo acusa PSD e PS de se terem coligado para "abocanhar litoral alentejano"

Secretário-geral do PCP avisou que o povo não "irá na cantiga".

08 de outubro de 2025 às 22:58

O secretário-geral do PCP acusou esta quarta-feira PSD e PS de terem firmado uma coligação "ao mais alto nível" em Santiago do Cacém para "abocanhar o litoral alentejano", mas avisou que o povo não "irá na cantiga".

Paulo Raimundo fez estas acusações num discurso num jantar comício em Santiago do Cacém, uma autarquia sempre gerida por coligações lideradas pelo PCP desde 1976 e onde, nestas eleições autárquicas, PS, PSD, IL e CDS-PP se juntaram para apoiar a candidatura independente de Bruno Pereira.

Perante centenas de apoiantes da CDU, Paulo Raimundo considerou que a candidatura de Bruno Pereira, apesar de se afirmar como independente, "mais não é do que uma lista do PS, PSD, CDS e IL".

"Aliás, para sermos rigorosos, é uma lista de parte do PS, de parte do PSD, de parte do CDS e de parte da IL. E essa parte desses partidos, os tais que fizeram o negócio, o que eles querem, nós sabemos bem, é retirar a população da gestão da sua autarquia", disse.

Para Paulo Raimundo, "o que eles querem é afastar os trabalhadores, as populações, a juventude, de continuar a traçar os destinos da sua terra".

"Essa tal parte do PS, do PSD, do CDS e da IL fizeram este tal negócio, fechado ao mais alto nível, que andou escondido, andou camuflado, mas que agora está às claras. Juntaram-se para fazer o frete aos interesses especulativos. Juntaram-se para fazer o frete às negociatas", salientou.

O secretário-geral do PCP defendeu que, "se há coisa que estas eleições autárquicas mostram e revelam é que há quem queira, com muito dinheiro, com muitos meios, com instrumentos diversos, abocanhar este território".

"Há quem queira pôr as mãos no litoral alentejano", avisou.

No entanto, o secretário-geral do PCP manifestou-se convicto de que o povo do litoral Alentejano "vai fazer aquilo que fez sempre, defender a sua terra, a sua costa" e mostrar que o território "é de todos e não só de alguns".

"Tal como aconteceu no passado, essa tal parte do PS, PSD, CDS e IL vai ter de ser confrontada, e vai ser confrontada, com a verdadeira realidade. A realidade de um povo que, aqui em Santiago do Cacém, se há coisa que não faz é ir em cantigas", referiu.

Paulo Raimundo considerou que, como PS, PSD, CDS e IL não conseguem "atacar nada" na gestão autárquica da CDU em Santiago, optaram por "recorrerem àquilo que fazem sempre aqueles que não podem dizer nada: recorrer à mentira, à ilusão, à calúnia".

Depois, o secretário-geral do PCP explicou por que considerou que a coligação em questão é apenas feita por "parte do PS, parte do PSD, parte do CDS e parte da IL".

"Porque há muitos eleitores destes partidos, muitos militantes destes partidos que também não vão nesta cantiga, que também não estão de acordo com esta golpada, que também não estão disponíveis para acompanhar este processo que está em curso aqui em Santiago do Cacém", referiu.

O secretário-geral do PCP manifestou-se convicto de que, "perante as tentativas de ilusão, perante esta declarada golpada", também esses apoiante s dos outros partidos "vão apoiar, dar força e votar no trabalho, na honestidade e na competência", referindo-se à CDU.

O candidato da CDU é Vítor Proença, que foi presidente desta autarquia entre 2001 e 2013 e, de 2013 a 2025, a Câmara Municipal de Alcácer do Sal.

Num discurso neste comício, Vítor Proença salientou que o próprio Bruno Pereira já assumiu que a sua "candidatura foi aprovada simultaneamente por Luís Montenegro e por Pedro Nuno Santos", deixando uma crítica aos socialistas.

"Aos socialistas, é caso para lhes colocar: começo a pensar que é como aquelas lojas que começam em liquidação total. Por este andar, meu Deus... os socialistas é que têm de responder a isso, não sou eu", disse.

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