50 anos depois, é preciso continuar a robustecer o SNS, por Ana Jorge
Sou uma acérrima defensora do Serviço Nacional de Saúde.
Começo por felicitar o Correio da Manhã. São já 45 anos de vida, importantes, sem dúvida, para a consolidação da nossa Democracia.
Ora, justamente a propósito de outro aniversário, os 50 anos do 25 de Abril, desafiou-me o Correio da Manhã a refletir sobre o "estado da arte" da Saúde em Portugal. É um tema que muito me apaixona e mobiliza, mas que, paralelamente, pela sua complexidade, também me angustia e preocupa, porque em saúde, o trabalho nunca está acabado. Há sempre novos desafios a abraçar. É um projeto em construção, como a democracia, a maior conquista do Portugal democrático, a par da educação.
Mas as conquistas precisam de ser cuidadas e a verdade é que, por mais méritos que reconheçamos à evolução da Saúde em Portugal nos últimos 50 anos, como comprovam indicadores nacionais e internacionais, há ainda muito caminho a trilhar.
São hoje, como eram ontem, enormes os desafios na Saúde.
A Saúde, hoje, tem de ter capacidade para dar resposta a cidadãos cada vez mais informados, mais exigentes e com uma expressiva maior longevidade. Este empoderamento da população deixa-nos, naturalmente, satisfeitos, mas é necessário que as políticas públicas de Saúde desenvolvam respostas cada vez mais inovadoras, integradas e eficazes.
Nesse âmbito, e como tenho defendido, é preciso mudar paradigmas e mentalidades, no sentido de interligar diferentes áreas do saber e da atuação, nomeadamente entre Ação Social e Saúde, e que contemplem uma intervenção preventiva, como garante da qualidade de saúde de cada cidadão ao longo da sua vida.
O Setor da Saúde e o Setor Social têm de caminhar juntos e de forma integrada. É esta a batalha que nos 45 anos do Correio da Manhã e, sobretudo, nos 50 anos do 25 de Abril, pretendo continuar a travar e é também por isso que tanto me satisfaz ocupar, atualmente, a função de provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, uma instituição de forte cariz social, que pode contribuir para fazer as necessárias e urgentes pontes entre o setor social e o da saúde.
Tudo farei para que assim seja, porque sou, desde sempre, uma acérrima defensora do Serviço Nacional de Saúde, pelo qual, obviamente, continuarei a lutar.
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