400 personalidades pedem medidas robustas contra desinformação na COP30

Subscritores exigem às delegações dos cerca de 170 países participantes na COP30 que tomem uma decisão "ambiciosa, robusta e vinculativa".

12 de novembro de 2025 às 15:24
COP30 debate medidas contra desinformação sobre o aquecimento global em Belém Foto: AP
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Cerca de 400 personalidades e organizações científicas, políticas e sociais instaram esta quarta-feira os negociadores da conferência climática de Belém (COP30) a deter "imediatamente" a onda de desinformação sobre o aquecimento global com "medidas robustas".

"Esta janela de oportunidade crucial não deve ser desperdiçada e a manipulação do discurso público por parte da indústria de combustíveis fósseis deve ser interrompida", afirmam numa carta aberta divulgada durante a conferência, na cidade de Belém, Brasil.

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Os signatários alertam que as chamadas 'fake news' criam uma "falsa perceção de divisão e apatia da população", "sabotam a implementação de políticas climáticas eficazes" e "desacreditam as soluções de energias renováveis", atrasando a transição energética.

Os subscritores exigem às delegações dos cerca de 170 países participantes na COP30 que tomem uma decisão "ambiciosa, robusta e vinculativa" para garantir a integridade da informação sobre a emergência climática.

Num contexto em que os eventos extremos são cada vez mais frequentes, a carta denuncia que "interesses económicos e políticos", principalmente ligados ao setor dos combustíveis fósseis, "continuam a organizar e financiar campanhas de desinformação".

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"A desinformação é uma ameaça direta e imediata à saúde pública, aos direitos humanos e à segurança", afirma-se no texto.

Esta é a primeira vez que o fenómeno da desinformação é incluído na agenda oficial de temas a serem negociados numa cimeira climática da ONU.

As 191 organizações e 195 indivíduos signatários, entre ativistas, cientistas, académicos e escritores, confiam que em Belém sejam adotadas medidas robustas para salvaguardar a informação.

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Para isso, pedem que se atue em todo o ecossistema das notícias falsas, desde as redes sociais até os meios de comunicação, passando pelo setor publicitário, atores que têm uma "responsabilidade imensa".

Além disso, "os legisladores e os governos devem usar seus poderes para restringir o poder das plataformas que se beneficiam da divulgação de conteúdo manipulado", diz a carta.

E acrescenta: "O 'greenwashing', a manipulação das plataformas e a monetização da desinformação devem terminar imediatamente".

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A COP30 começou na segunda-feira e deve terminar no dia 21, na cidade de Belém, porta de entrada para a Amazónia brasileira.

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